O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chegou ao fim ontem (20), celebrando sua edição histórica de 60 anos com uma plateia de 39 mil pessoas ao longo de nove dias, 80 filmes exibidos e 50 prêmios distribuídos. Mais longevo e tradicional evento cinematográfico do país, o festival consagrou Futuro Futuro, de Davi Pretto, como Melhor Longa-Metragem pelo júri oficial, e Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini, como Melhor Curta.

no 58º Festival de Brasília / Foto: Raquel Camargo
Enquanto o filme carioca sobre a militante pelo direito das empregadas domésticas também recebeu os prêmios da crítica, de temática afirmativa, o Prêmio Zózimo Bulbul e o candango de Melhor Montagem, a produção gaúcha venceu nas categorias Melhor Roteiro, Montagem e recebeu Menção Honrosa para o ator Zé Maria Pescador. Já o público escolheu Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte, como seu favorito. Entre os curtas, a escolha popular foi por Couraça, de Susan Kalil e Daniel Arcades.
Na Mostra Brasília, o longa Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert, conquistou o júri oficial e o popular, além de prêmios técnicos e o reconhecimento do Sesc. Entre os curtas, Rainha, de Raul de Lima, e Três, de Lila Foster, dividiram os troféus principais.
O festival também inovou ao contar com júri internacional em parceria com a Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema), que analisou a Mostra Caleidoscópio. O prêmio foi para Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança. Da mesma mostra, o júri jovem da UnB premiou Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela.
A noite ainda prestou homenagem a Fernanda Montenegro, primeira vencedora de Melhor Atriz do festival em 1965, agora agraciada com o Troféu Candango pelo Conjunto da Obra. Aos 95 anos, a atriz enviou mensagem em vídeo agradecendo ao público.
A Carta de Brasília
Antes da revelação dos vencedores, as atrizes Bárbara Colen e Maeve Jinkings leram a “Carta de Brasília”, documento redigido durante a 5ª Conferência do Audiovisual. O texto pede urgência na regulação do VOD, no fortalecimento dos direitos autorais e na retomada de políticas públicas estruturantes. “Celebramos nossos prêmios e talentos, mas sabemos que colhemos frutos de políticas passadas. O que angustia é o futuro, diante da falta de políticas no presente”, destacou o manifesto.
Balanço e próximos passos
Com sessões acessíveis e distribuídas em diferentes espaços culturais do Distrito Federal, o festival também gerou 571 empregos diretos e indiretos. Para 2026, já está confirmada a 59ª edição, de 11 a 19 de setembro.
Reprises
Os longas-metragens vencedores das mostras competitivas (Brasília, Nacional e Caleidoscópio) serão reprisados na programação do Cine Brasília, para criar uma nova oportunidade ao público.
Neste domingo, 21/09, às 18h, será exibido Uma Baleia Pode Ser Dilacerada como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança, eleito melhor filme pelo Juri da Crítica Internacional Fipresci – Federação Internacional de Críticos de Cinema.
Na sessão das 20h, o público poderá rever o melhor filme em longa-metragem tanto pelo júri oficial como pelo júri popular da Mostra Brasília – 27º Troféu Câmara Legislativa: Maré Viva Maré Morta, de Cláudia Daibert.
Na segunda, dia 22/09, às 18h, será a ver de o Cine Brasília exibir Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte, Melhor Longa da Mostra Competitiva Nacional pelo Júri Popular; e, às 20h, o grande vencedor do 58º Troféu Candango, Futuro Futuro, de Davi Pretto, Melhor Longa da Mostra Competitiva Nacional pelo Júri Oficial.
Veja a lista completa de premiados do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Mostra Brasília – 27º Troféu Câmara Legislativa do DF
Prêmio SESC-DF de Cinema: Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert; Rainha, de Raul de Lima; Dois Turnos, de Pedro Leitão; O Cheiro do seu Cabelo, de Clara Maria Matos
Melhor Montagem: Raul de Lima (Rainha)
Melhor Edição de Som: Olivia Hernandez (Maré Viva, Maré Morta)
Melhor Trilha Sonora: C-Afrobrasil (Rainha)
Melhor Direção de Arte: Douglas Queiroz (A Última Noite da Rádio)
Melhor Fotografia: Elder Miranda Jr (Dois Turnos)
Melhor Ator: Leonardo Vieira Teles (A Última Noite da Rádio)
Melhor Atriz: Tuanny de Araújo (Terra e Notas Sobre a Identidade)
Melhor Roteiro: Clara Maria Matos (O Cheiro do Seu Cabelo)
Melhor Direção: Edileuza Penha e Edymara Diniz (Vozes e Vãos)
Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Três, de Lila Foster
Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Rainha, de Raul de Lima
Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial e Popular): Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert
Mostra Competitiva Nacional – Curta-Metragem
Melhor Montagem: Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Melhor Edição de Som: Replika, de Piratá Waurá e Heloísa Passos
Melhor Trilha Sonora: Paulo Gama (Ajude os Menor)
Melhor Direção de Arte: Rosana Urbes (Safo)
Melhor Fotografia: Daniel Tancredi (A Pele do Ouro)
Melhor Ator: Os quatro jovens de Ajude os Menor
Melhor Atriz: Laís Machado (Couraça)
Melhor Roteiro: Patri, Marcela Ulhôa, Daniel Tancredi e Yare Perdomo (A Pele do Ouro)
Melhor Direção: Piratá Waurá e Heloísa Passos (Replika)
Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Couraça, de Susan Kalil e Daniel Arcades
Mostra Competitiva Nacional – Longa-Metragem
Melhor Montagem: Bruno Carboni (Futuro Futuro)
Melhor Edição de Som: Bruno Alves (Corpo da Paz)
Melhor Trilha Sonora: Haley Guimarães (Corpo da Paz)
Melhor Direção de Arte: Romero Sousa (Corpo da Paz)
Melhor Fotografia: Rodolpho Barros (Corpo da Paz)
Melhor Ator: Murilo Benício (Assalto à Brasileira)
Melhor Atriz: Dhara Lopes (Quatro Meninas)
Melhor Ator Coadjuvante: Christian Malheiros (Assalto à Brasileira)
Melhor Atriz Coadjuvante: Maria Ibrain (Quatro Meninas)
Melhor Roteiro: Davi Pretto (Futuro Futuro)
Melhor Direção: Karol Maia (Aqui Não Entra Luz)
Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial): Futuro Futuro, de Davi Pretto
Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte
Prêmio Especial do Júri: Quatro Meninas, de Karen Suzane
Menção Honrosa: Zé Maria Pescador (Futuro Futuro)
Mostra Caleidoscópio
Melhor Filme (Júri Fipresci): Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança
Prêmio Jean-Claude Bernardet (Júri Jovem UnB): Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela
Prêmios Especiais
Melhor Filme de Temática Afirmativa: Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Prêmio Canal Brasil de Curtas: Couraça, de Susan Kalil e Daniel Arcades
Prêmio Canal Like (Melhor Longa Júri Oficial): Futuro Futuro, de Davi Pretto
Troféu Saruê (Correio Braziliense): José Eduardo Belmonte
Prêmio Marco Antônio Guimarães: Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel
Prêmio Abraccine – Melhor Curta: Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Prêmio Abraccine – Melhor Longa: Morte e Vida Madalena, de Guto Parente
Prêmio Zózimo Bulbul – Melhor Curta: Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Prêmio Zózimo Bulbul – Melhor Longa: Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia
Menção Honrosa Zózimo Bulbul: Cantô Meu Alvará, de Marcelo Lin


