O fim do 41º Festival de Brasília

Terminou hoje o 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Diferente de todas as outras edições e considerado fraco pelo público em geral, trouxe diversas produções brasileiras. Em uma semana, foram vários filmes em curta e longa-metragem, em 16 e 35mm e muitos documentários, muitos mesmo.

Depois da exibição do filme restaurado Lance Maior, de Sylvio Back, os vencedores começaram a ser anunciados.

Protesto
Entre os resultados, o ator brasiliense Murilo Grossi leu uma carta da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV) que protestava contra a falta de compromisso do governo distrital com o cinema. Algo muito justo, principalmente se considerado que muitos dos filmes produzidos na capital são finalizados com recursos próprios dos envolvidos na produção.

O texto pede o cumprimento de leis federais que prevêm que 0,3% do orçamento anual seja destinado à cultura e que 20% do FAC seja investido em cinema.

É muito triste ver que problemas como este ocorrem no 3º maior pólo de cinema do Brasil. Quase abandonado, a impressão que fica é a de que não existe a menor vontade política. Nem mesmo os editais anuais acontecem como deveriam.

A ABCV lembrou de todas as dificuldades para a manutenção do Festival de Brasília, ressaltou o esforço do coordenador geral Fernando Adolfo e repudiou qualquer tentativa de privatização do evento.

Além disso cobrou a criação de uma legislação específica para o setor audiovisual do DF, pois a falta desta só favorece o desvio de verbas e a corrupção.

No final da leitura todos os realizadores da capital levantaram-se para aplaudir o manifesto.

Premiação
Nem todos os resultados agradaram ao público presente, muitas foram as vaias para os prêmios recebidos pelo longa FilmeFobia, de Kiko Goifman, um dos vencedores da noite.

Segue a lista com todos os premiados:

Mostra Competitiva 16mm

Menção Honrosa: A Menina Espantalho, de Cássio Pereira dos Santos

Melhor Montagem: Alexandre Boechat (Landau 66)

Melhor Fotografia: Alexandre Taira (A Cidade do Tesouro)

Melhor Roteiro: Cássio Pereira (A Menina Espantalho)

Melhor Atriz: Malu Valle (Alice)

Melhor Ator: Nildo Parente (Depois de Tudo)

Melhor Direção: Angelo Defanti (Maridos, Amantes e Pisantes)

Melhor Filme: Cidade do Tesouro, de Célio Franceschet

Prêmio Especial do Júri: Depois das Nove, de Allan Ribeiro

Mostra Competitiva 35mm – Curta-Metragem

Melhor Montagem: Ivan Morales Jr. (A Arquitetura do Corpo)

Melhor Fotografia: Pedro Semanovischi (Cães)

Melhor Roteiro: Clarissa Cardoso (Ana Beatriz)

Melhor Atriz: Ana Lúcia Torre (Na Madrugada)

Melhor Ator: Hilton Cobra (Cães)

Melhor Direção: Thiago Mendonça (Minami em Close-Up – A Boca em Revista)

Melhor Filme: Superbarroco, de Renata Pinheiro

Prêmio Especial do Júri Popular: Brasília (Título Provisório), de J. Procópio

Mostra Competitiva 35mm – Longa-Metragem

Melhor Montagem: Vânia Debs (FilmeFobia)

Melhor Som: Fernando Cavalcante (Ñande Guarani)

Melhor Trilha Sonora: Dominguinhos e outros (O Milagre de Santa Luzia)

Melhor Direção de Arte: Cris Bierrenbach (FilmeFobia)

Melhor Fotografia: Gustavo Hadba e André Lavèner (À Margem do Lixo)

Melhor Roteiro: Geraldo Sarno e Werner Salles (Tudo Isso Me Parece um Sonho)

Melhor Ator Coadjuvante: Everaldo Pontes (Siri-Ará)

Melhor Atriz Coadjuvante: Elenco Feminino (Siri-Ará)

Melhor Ator: Jean-Claude Bernadet (FilmeFobia)

Melhor Direção: Geraldo Sarno (Tudo Isso Me Parece um Sonho)

Melhor Filme: FilmeFobia, de Kiko Goifman

Prêmio Especial do Júri: À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel

Prêmio Especial do Júri Popular: À Margem do Lixo

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