(The Great Gatsby, AUS/EUA, 2013)
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan, Tobey Maguire, Joel Edgerton, Elizabeth Debicki, Jason Clarke, Isla Fisher
Roteiro: F. Scott Fitzgerald (romance), Baz Luhrmann, Craig Pearce
Duração: 140 min.
Nota: 6
Pensar em Baz Luhrmann é pensar em grandiosidade, apoteose. Esse quase carnavalesco do cinema cria, com seus exageros calculados, ambientes impressionantemente belos em suas misturas de cores e luzes. Depois de um tempo dedicado apenas a curtas-metragens, o diretor australiano volta aos longas com a adaptação do clássico de F. Scott Fitzgerald “O Grande Gatsby”.
Em meio ao glamour dos anos 20, onde a futilidade e o materialismo são tidos como qualidade, conhecemos Jay Gatsby. Apesar da origem obscura de sua fortuna, ele é um dos novos-ricos americanos e, através de suas festas extravagantes, ficou conhecido por toda a sociedade. Mas, no fundo, é diferente de todas aquelas pessoas que o cercam.
O mundo construído por Gatsby é um prato cheio para Luhrmann. Com as festas e pequenos luxos cotidianos, o diretor consegue levar às telas o esplendor da década de 20 com muita propriedade e ainda conta com a tecnologia do 3D para aumentar o impacto visual de sua história. Quem conhece o diretor, reconhece-o de pronto.
Além disso, não há o que se falar das atuações. Leonardo DiCaprio se destaca dos demais na pele de Jay Gastby, com uma interpretação sutil e onde as palavras não são sempre necessárias. Tobey Maguire também está bem como aquele que nos conta a história e chega bem acompanhado de Joel Edgerton, como o cínico Tom Buchanan; Jason Clarke, como o humilde e bondoso George Wilson, e Isla Fisher, como a espevitada Myrtle Wilson. Quem também está muito bem é Carey Mulligan como Daisy Buchanan em sua futilidade, amargura e beleza, principalmente se comparada com a atuação exagerada e Mia Farrow na versão de 1974.
Mas nem todo o apuro visual e a qualidade do elenco, somados à interessante trilha sonora e uma direção de arte de primeira qualidade, conseguem preencher o vazio deste novo O Grande Gatsby. É como se estivesse tudo lá, mas faltasse alguma coisa. Ao optar por um roteiro que tenta manter a literalidade dos diálogos, mas não dá margens para interpretações por parte do público, com uma narração em off que conta o que está sendo visto ou a explicitação de passagens que não precisariam estar na tela, a fragilidade da adaptação acaba ficando mais aparente.
Ainda assim, é um trabalho a ser admirado, principalmente por sua qualidade técnica, que tem acertos que superam de longe os defeitos, e por todo o universo criado por Lurhmann, um diretor que sabe embelezar tudo aquilo que filma. Que o diga a cena do farol na neblina em 3D.
Os que não são familiarizados com a história podem achar na trama motivos a mais para gostar do filme.
Um Grande Momento:
“Também?”
Oscar 2014
Melhor Figurino (Catherine Martin), Melhor Direção de Arte (Catherine Martin, Beverley Dunn)
Links
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