Direção: Sophie Fiennes
Elenco: Slavoj Žižek
Roteiro: Slavoj Žižek
Duração: 134 min.
Nota: 8
(The Pervert’s Guide to Ideology, IRL, 2012)
Embora certos círculos intelectuais certamente não concordem, Slavoj Žižek é sobretudo um lúcido. Flósofo-pop, politicamente incorreto, polêmico. Não faltam adjetivos para caracterizar o célebre pensador esloveno que costuma misturar a filosofia de Marx, a psicanálise de Lacan e o cinema de Alfred Hitchcock e David Lynch.
Žižek é a estrela de O Guia Pervertido da Ideologia, dirigido pela irmã do ator Ralph Finnes, Sophie Finnes. O filósofo, que queria ser cineasta na juventude, já havia trabalhado com a diretora em 2006 no bem sucedido O Guia Pervertido do Cinema, também em cartaz na 36ª Mostra de São Paulo. O objetivo aqui é o mesmo: a busca por significados escondidos em filmes de cinema, desta vez para mergulhar no coração da ideologia, tema que aborda constantemente em seus livros, desde “O Sublime Objeto da Ideologia” em 1989.
Para desmontar todo o conteúdo ideológico que pauta nossas convicções e costumes a partir do cinema, Žižek faz uma passeio por um vasto cardápio de filmes. Há clássicos como Laranja Mecânica, Rastros de Ódio, Tubarão e Taxi Driver; populares como A Noviça Rebelde, Titanic e Batman – o Cavaleiro das Trevas Ressurge; e os cults, como Eles Vivem, If, O Triunfo da Vontade e Brazil – O Filme.
O documentário tem formato de palestra. Enquanto Žižek não deixa pedra sobre pedra, defendendo teses como “a única forma de ser ateu é pelo cristianismo”, trechos de filmes são exibidos alternadamente a imagens do filósofo inserido nos cenários desses filmes. Isso garante bons momentos de humor ao longo de toda a exibição e ajuda o espectador a suportar o discurso contínuo, e por vezes prolixo, de 2 horas e 15 minutos.
Difícil, mas a genialidade de Slavoj Žižek compensa.
Um Grande Momento
Coca-cola no deserto.
Links
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