(The Little Prince, FRA, 2015)
Direção: Mark Osborne
Roteiro: Antoine de Saint-Exupéry (livro), Irena Brignull, Bob Persichetti
Duração: 108 min.
Nota: 8
Com direção de Mark Osborne e roteiro de Bob Persichetti (O Gato de Botas), o longa O Pequeno Príncipe, em cartaz nos cinemas, encontra uma boa maneira (leia-se, um pretexto) para voltar à história do escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry.
A narrativa do príncipe divide espaço com a história de uma garotinha, pressionada pela mãe para que seja aceita no melhor colégio da cidade, onde – apenas lá e somente dessa forma – poderá tornar-se uma adulta bem-sucedida.
Depois de falharem no primeiro teste, a mãe traça outro plano e as duas se mudam para uma região próxima à escola. O “plano de vida” é colocado em um mural, onde todos os dias e horas da filha estão minuciosamente agendados e comprometidos com uma pesada e intensa carga de estudos. No entanto, a mãe não contava com a presença de seu excêntrico vizinho, um velhinho simpático, porém um tanto atrapalhado, em sua ávida busca por novos amigos.
De um primeiro contato acidental, nascerá um mútuo interesse por descobrir o que há do outro lado do muro. É através deste senhor que a garota e o público irão conhecer ou reencontrar-se com a história do Pequeno Príncipe.
Diretor de Kung Fu Panda e roteirista de Monstros vs Alienígenas, Mark Osborne mantém o tom irônico de seus longas anteriores, diminuindo o ar ingênuo do qual “O Pequeno Príncipe” poderia ser acusado e intensificando a crítica aos costumes sociais, entre eles, o consumismo e a ambição.
A escolha de colocar o original como pano de fundo ao que acontece com os novos personagens do filme é certeira. E os melhores momentos do longa estão quando o livro é reproduzido, como se acompanhássemos o primeiro contato da garotinha com a história, o que, na verdade, pode ser também o primeiro contato de grande parte do público infantil com a já clássica história. Nesses momentos surgem na tela desenhos com traços bem próximos às ilustrações de Saint-Exupéry, através de um stop motion singular e belo em fotografia, cores e cenografia.
Num processo quase metalinguístico, tanto público quanto personagens convivem com o livro físico. Suas páginas, ilustrações e manuscritos do autor mostram uma obra que vai sendo construída aos olhos do personagem. Participar desse momento é uma grata surpresa, e a memória que cada um reencontra de forma particular.
Entre as várias mensagens, fica a frase do prefácio do livro: “Todos os adultos já foram crianças. Mas poucos se lembram disso”. De fato, tanto o longa de Osborne, quanto o livro de Saint-Exupéry são bem menos infantis do que parecem.
Um Grande Momento:
Quando a garotinha visita o amigo no hospital.
Links
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Olá Aline, pois é eu gostei do filme, apesar de ser um desdobramento da história original, ele consegiu apresentar algo novo mas atmbém manter presente a história original.
Suas palavras são afáveis e a vontade de correr para ver este filme é inevitável. Tranquilo e suave consegue segurar a atenção dos leitores, parabéns!