- Gênero: Drama
- Direção: Paul Kampf
- Roteiro: Paul Kampf
- Elenco: Laurence Fishburne, Edward James Olmos, Esai Morales, Fernanda Urrejola, Jon Huertas, Juan Pablo Raba, Paul Kampf, Juana Acosta
- Duração: 104 minutos
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Partindo do pesadelo da culpa, O Prisioneiro é um filme que está entre a vingança de um e sua desgraça e a redenção de outro. No centro da trama está uma prisão histórica real prestes a ser demolida. A história do Presídio Rio Piedras, em Oso Blanco, é realmente sombria. Conhecida como Alcatraz do Caribe, ela é lembrada pela péssima administração e pela brutalidade com que tratava os prisioneiros. Com a dificuldade de manter e conservar as instalações, o governo de Porto Rico decidiu demolir o lugar e construir no local uma prédio ultra-tecnológico.
O filme tenta se ancorar nesse abandono do passado e na chegada de um futuro completamente diferente. Mas, ao contrário da art deco que abre espaço a instalações espelhadas e cheias de vidro, as marcas deixadas pela passagem na prisão não podem ser esquecidas. Esse é o mote principal e é o que está em Daniel Calvin, personagem atormentado de Laurence Fishburne (Contágio). Se sua ligação não se estabelece nos primeiros momentos não demora para que se compreenda o que o filme quer dizer.
Apelando para o flashback, o longa dirigido e roteirizado por Paul Kampf, que também atua nele, vai traçando seu caminho buscando sempre a justificação de tudo aquilo que mostra e, principalmente, do lugar onde quer chegar. A obviedade domina as pontuações do peso negativo do lugar. “A justiça começa e termina aqui”, “Sua liberdade acaba quando esses portões se fecham” são frases lidas por todos os lados, ressaltando as já óbvias péssimas condições do lugar.
Para construir o outro lado, a mudança do estilo é estranha. Drones filmam um barco no mar e interações tão ensolaradas quanto fracas enchem a tela. A interação entre Maria e Dylan é extremamente cafona e supérflua. Aliás, sobra muita coisa exagerada no filme, com destaque para a trilha sonora, sempre muito manipuladora, ora açucarada, ora tensa.
O roteiro também não ajuda muito, com vários diálogos fracos. O encontro de Maria e Daniel não consegue convencer. Aliás, há muito pouca coisa que convence no filme. Tudo é muito artificial, estereotipado, contaminado de uma visão predeterminada de posturas e regionalismos. Sem falar na previsibilidade. Não demora muito para que se entenda de onde se veio e para onde se vai.
Muitos dos signos são reaproveitados: aqueles que dizem respeito à vingança e à corrupção, ou os que determinam os filmes de prisão, como solitárias, confrontos, carcereiros violentos, reuniões no pátio e princípios de rebelião. Há ainda uma péssima representação feminina, numa angustiante abordagem equivocada da mulher. Assim, O Prisioneiro não consegue nem mesmo ser um exemplar genérico. Mesmo que parta de um lugar promissor não chega onde gostaria de chegar. Nem perto disso.
Um Grande Momento
Não há.
É tudo muito estereotipado mesmo.