Documentário
Direção: Orlando von Einsiedel, Joanna Natasegara
Roteiro: Orlando von Einsiedel, Joanna Natasegara
Duração: 41 min.
Nota: 8
Um dos filmes com selo da Netflix indicado à categoria curta-metragem documental no Oscar 2017, Os Capacetes Brancos, demonstra que a qualidade das produções da empresa de streaming só cresce. Na mesma categoria, o outro título é Extremis.
Câmera trêmula, caos e desordem. Poderiam ser características de um found footage mockumentary, mas não são. Muito pelo contrário, o documentário real mostra a triste realidade dos voluntários que, em pleno conflito na Síria, não medem esforços para salvar vidas.
Criada em 2013, a organização White Helmets, também conhecida como Defesa Civil Síria, conta com mais de 2700 voluntários, homens comuns que decidiram tomar partido do bem diante das atrocidades da guerra. Nas contas da organização foram mais de 62 mil salvamentos, num conflito que já matou cerca de meio milhão de pessoas, entre eles 141 Capacetes Brancos.
É seguindo um trecho do alcorão como lema, que esses homens e pouco mais de 70 mulheres seguem suas convicções: “Se alguém salvar uma vida, será como se tivesse salvo toda a humanidade”.
Ao alternar imagens externas durante os resgates e bombardeios a alguns depoimentos de integrantes dos Capacetes Brancos, o curta mostra quem são essas pessoas.
Um jovem integrante fala de seus motivos e dos sonhos que mantêm vivos para sua filha, enquanto outro busca informações sobre seu irmão, vítima de um bombardeio. Em meio à violência e cenas tristes, há o depoimento de um momento que descrevem como um milagre, depois de salvar um bebê de dois meses presos nos escombros de um bombardeio.
Entre esses extremos, Os Capacetes Brancos, com pouco mais de 40 minutos, deixa bem claro os detalhes desse cenário pouco conhecido pelo mundo. E não apenas como um registro histórico e jornalístico, mas como uma merecida homenagem as estes verdadeiros heróis.
Dirigido por Orlando von Einsiedel e Joanna Natasegara, responsáveis também por Virunga, que foi indicado ao Oscar 2015 em melhor documentário, o curta consegue ser contundente mesmo não tomando partido ou construindo discursos.
De fato, não há melhor discurso dos que a “voz” daqueles homens que estão determinados e engajados numa luta supre-humana, que não ergue bandeiras nem distingue uniformes, credos ou raças e são conhecidos não apenas pelos seus capacetes brancos, mas principalmente pela sua predisposição em salvar vidas.
Um Grande Momento:
Salvando um bebê.
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