(Scream, EUA, 1996)
Direção: Wes Craven
Elenco: Neve Campbell, Skeet Ulrich, Courteney Cox, W. Earl Brown, Rose McGowan, David Arquette, Drew Barrymore, Liev Schreiber, Linda Blair, Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Duração: 111 min.
Nota: 7
Confesso que eu tinha um pouco de restrição ao longa-metragem Pânico, de Wes Craven. Lembro que na primeira vez que vi, achei bobo e gratuito demais e abandonei a franquia, mesmo com os filmes fazendo tanto sucesso entre meus amigos.
Neste ano, o Festival do Rio resolveu homenagear o diretor, recentemente falecido. O filme seria exibido em uma das sessões da meia-noite do evento. De cara, procurei por outro filme para colocar no lugar, e arrumei: Tangerina, um filme indie americano todo filmado em um iPhone. Aí os amigos chegaram e começaram a fazer propaganda do filme. Cedi e fui.
Pânico é um exemplo de renovação jovem de um gênero de terror que se concretizou na mão de assassinos com histórias paranormais, como Jason, Freddy e Mike. Tranformando o terror em uma espécie de horror baseado na delinquência juvenil, define o seu diferencial das franquias citadas.
Sidney (Neve Campbell), a mocinha da história, viu sua mãe morrer após um violento ataque e mandou para a prisão o homem que acreditava ser o agressor. Depois de algum tempo, um casal de namorados do mesmo colégio onde estuda é assassinado de forma brutal por um homem mascarado. O mesmo homem que vai atrás de Sandy dias depois e demonstra que ela poderia estar errada.
Entre diálogos fáceis, característicos dos adolescentes, e um conhecimento fílmico também bem coerente com a idade, quando apenas um gênero se destaca, o filme chama a atenção pela construção dos sustos e pelo modo cuidadoso como toda a ação é executada.
Claro que é um filme bobo e raso, mas é extremamente divertido com seu vilão atrapalhado e com personagens coadjuvantes que, a despeito do que acham de si próprios, tão ou mais sem jeito para fazer as coisas, como o policial Dewey, vivido por David Arquette, e a jornalista Gale Weathers, vivida por Courtney Cox.
O fato de estar sempre brincando com produções do gênero, assistidas pela maioria das pessoas que o assistem, tem um charme todo especial. O dom de Wes Craven em despertar o medo e sustenta-lo é, sem dúvida, outro ponto positivo do título. O começo, com Drew Barrymore, sempre competente, apresentando o assassino e o seu jeito de “jogar” com as vítimas também é muito divertido.
De certo, rever todo aquele ambiente e cada um daqueles personagens deu ainda mais graça ao filme, que cresceu bastante nessa revisão. Apesar de não ser um grande filme, é extremamente eficiente ao cumprir seu objetivo de entreter quem o assiste.
Um bom jeito de voltar a um filme que, talvez por preconceito, tenha sido por mim mais subestimado do que deveria.
Wes Craven faz uma ponta no filme, assim como Linda Blair, a menininha de O Exorcista.
Um Grande Momento:
Sidney sempre se dando bem em cima do Ghost Face.
Links
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=IGgoQLvqTrY[/youtube]
[Festival do Rio 2015]