(A Little Bit of Heaven, EUA, 2011)
Direção: Nicole Kassell
Elenco: Kate Hudson, Gael García Bernal, Kathy Bates, Lucy Punch, Romany Malco, Rosemarie DeWitt, Whoopi Goldberg, Treat Williams, Steven Weber, Peter Dinklage, Alan Dale
Roteiro: Gren Wells
Duração: 106 min.
Nota: 6
O que vemos na tela pode significar coisas muito distintas para pessoas com bagagem de vida diferente. Aquilo que o diretor e/ou o roteirista quiseram dizer ao fazer um filme vira uma coisa completamente diversa ao ser descoberto pelos olhos de alguém dependendo de suas realidade e experiências de vida.
É como se o resultado do filme fosse individual. Identificações com passagens e sentimentos fazem com que a estima pelo que é visto aumente. Pode ser um filme fraco, bobo e de pouco apuro técnico, mas ele perdura e conquista aquela pessoa que se viu tocada.
É isso o que acontece com Pronta para Amar, filme sobre uma jovem independente, decidida e bem-humorada que se descobre com câncer terminal.
Mal feito e forçado naqueles momentos em que o maior objetivo é provocar emoções no espectador, sem poupar apelações para clichês de filmes com temática semelhante, o longa retrata algumas situações com tanta precisão, que ganha de pronto as pessoas que tenham tido contato com uma doença terminal.
As reações motivadas por um medo inexplicável da morte, não pelo fim em si, mas pelo que esse acontecimento pode causar na vida dos que mais amamos; a retomada de situações traumáticas que comprometeram a relação com os pais e com o que somos hoje; a compreensão de que nem todos vão saber como lidar com a situação. Um pacote completo de preocupações, perdões, medos e tentativas comum a quem sofre com a doença, mas que é menos abordado do que deveria. Ao tratar disso, Pronta para Amar, mesmo que sob o disfarce de história de romance e fé, aproxima-se do espectador que vivenciou algo parecido e o conquista.
Claro que não há identificação que faça com que os problemas da produção desapareçam. Ainda que o elenco esteja à vontade, a falta de naturalidade do roteiro na construção dos personagens pode ser percebida. Assim como a falta de química entre o casal principal, que pode ser agradável aos olhos, mas é pouco convincente.
A artificialidade de algumas situações também pode incomodar, assim como a percepção de que o maior objetivo da diretora é fazer chorar, não acreditando no potencial emotivo do que conta e apelando sempre que possível.
Mas, como eu disse no começo, são problemas que acabam minimizados quando os olhos de quem vê o filme já protagonizaram situações semelhantes, quando não idênticas, e fazem com que o sentimento volte com tanta intensidade que é impossível não se render.
Um Grande Momento:
As discussões com a mãe.
Links
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