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Fim dos Tempos

Visto no CinemaBomba!!!(The Happening, EUA/IND, 2008)

Suspense

Direção: M. Night Shyamalan

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Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Ashlyn Sanchez, Betty Buckley, Spencer Breslin, Robert Bailey Jr., M. Night Shyamalan

Roteiro: M. Night Shyamalan

Duração: 91 min.

Nota: 1/10

Quem ainda insiste em conferir os lançamentos de Shyamalan, acaba de receber um golpe fatal com o título O Fim dos Tempos. Sem dizer ao que veio, o filme é fraco, inconsistente e consegue irritar os espectadores mais condescendentes com o diretor que fez o seu nome com o excelente O Sexto Sentido.

Mas o sucesso e a quase unanimidade alcançados com o primeiro título, porém, nunca mais se repetiram. O filme seguinte do diretor, Corpo Fechado, não era tão bom, mas ainda tinha um enredo interessante e um desenvolvimento bem peculiar. Depois disso, veio Sinais que, apesar de ainda ser bem quisto por muitos, demonstra falhas de roteiros, exageros e uma certa dificuldade na direção dos atores.

Quando parecia que nada mais sairia de bom, Shyamalan lançou A Vila, um filme sensacional tanto pela temática, como pelo elenco e conseguiu, assim, quase restaurar o interesse do grande público. Tudo isso para receber o fraco A Dama na Água, um filme que não chega a ser tão ruim, mas é meio confuso e que, além de ratificar que conduzir atores é o ponto fraco do diretor, apela para personagens ridículos.

Fim dos Tempos consegue ser ainda pior do que o mais fraco de todos os anteriores. Nos Estados Unidos, pessoas afetadas por uma estranha doença começam a se matar das maneiras mais estapafúrdias. Depois de considerar que se trata de uma ameaça terrorista e de muito tempo sem entender o que está acontecendo, chega-se a conclusão de que o desequilíbrio ambiental acabou fazendo com que as plantas liberassem uma toxina que anula o sentimento de auto-preservação da raça humana.

Apesar da premissa ser interessante, depois da descoberta tudo que vemos é uma caminhada incansável rumo a sobrevivência recheada de muitas histórias mal contadas, falhas grosseiras no roteiro, personagens para lá de ridículos (muito piores do que os de A Dama da Água) e atores que parecem, simplesmente, não seguir o comando de ninguém. Tudo perdido, sem direção e nem futuro, tentando chegar logo ao fim do filme.

No caso do elenco, destaque absoluto para o péssimo Mark Wahlberg, que não consegue convencer de jeito nenhum como professor e quiça como ser humano. Como ele é o mocinho da história, temos que acompanhar toda a sua jornada por dentro de estradas, fazendas e contrária ao vento assassino que, ao transportar a tal toxina do mal, sai “suicidando” tudo que vê pela frente.

Alguns personagens são tão improváveis que também merecem ser destacados, como o casal do cachorro quente, a mãe que põe o telefone em viva-voz, o velho estressado que não quer abrir a porta e, como disse Rafael do O Esgoto, “a Senhora Solitária Que Tem Um Ataque Quando Presumidamente Tentam Roubar Sua Limonada”…

O filme é tão ruim que não consegue nem chegar perto de explicar, entender, passar ou perder alguma coisa. As coisas simplesmente vão acontecendo diante dos nossos olhos e claramente não consegue chegar onde queria.

Apesar de ter ouvido que a intenção do diretor era, na verdade, fazer o público acreditar que o elenco estava sendo mal dirigido de propósito (???), nem os mais aficcionados por seu trabalho fizeram boas críticas e, para mim, o filme é ruim mesmo.

Péssimo motivo para gastar dinheiro e jogar tempo de vida no ralo. Pior até do que passar o domingo de pijamas vendo Faustão.

Pensando melhor sobre o tema, será que eram mesmo as plantas que soltavam toxinas e faziam as pessoas suicidar-se? Ou será que era a qualidade da produção?

Um Mau Momento

Todas as caras de Walhberg estão péssimas, mas quando ele grita depois do tiro… Péssimo!



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Adoro Cinema

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Um Comentário

  1. Um dos mais lamentáveis equívocos do cinema recente! Lamentável mesmo. Afinal, porque um diretor talentoso, com um histórico de excelentes serviços prestados ao cinema, de repente comete uma barbaridade como Fim dos Tempos? Qual a explicação? Parece haver somente uma: megalomania. Já aconteceu antes, de maneira ainda mais espetacular. Achando que tinha sido tocado por luz divina após dirigir com grande sucesso o oscarizado “Dança com Lobos”, Kevin Costner achou que dominava completamente os segredos da profissão. Assim, não deu ouvidos a ninguém e naufragou (literalmente) com a mega bomba “Waterworld”, em que ele atuou, além de co-dirigir e produzir. Parece que M. Night Shyamalan foi acometido da mesma ilusão. Depois do estouro inicial de “Sexto Sentido” encarreirou filmes que, ora agradavam mais à crítica (Corpo Fechado) ora mais ao público (Sinais), mas sempre dando mostras de que tinha algo mais a dizer em meio à mesmice que grassa em Hollywood há algumas décadas. Enfim, aparecia um diretor com estilo e, o que é mais importante, com conteúdo. O primeiro tropeço veio com A Dama da Água. Neste projeto totalmente pessoal todos ficaram com a pulga atrás da orelha: a crítica e o público. Para realizá-lo, inclusive, o diretor rompeu com o estúdio no qual fizera todos os seus filmes anteriores, a Disney(!) alegando “diferenças criativas”. Mas o que era apenas uma suspeita acabou se transformando em certeza. De diretor inspirado cuja marca maior era surpreender o espectador com roteiros inventivos e bem humorados não se poderia esperar uma trama tão esquemática e previsível. Será que é esta a surpresa que ele preparou desta vez? Que raios aconteceu com Shyamalan? Se você já assistiu a Fim dos Tempos sabe do que estou falando. Se não assistiu ainda, não se dê ao trabalho. A menos que queira “ver para crer”. Saiba que sou fã deste diretor desde o início de sua carreira e fiquei absolutamente constrangido pela estultice demonstrada por ele neste filme. O roteiro, vergonhosamente oportunista, apresenta uma “revolta da natureza” contra o “homem predador” na forma de toxinas liberadas por plantas que induzem as pessoas ao suicídio. Parece esdrúxulo? E é mesmo. Acrescente aí um ventinho sob encomenda que a natureza mãe sopra sempre que as plantas aprontam uma nova remessa de toxinas para jogar sobre os humanos incautos. Com um detalhe: inicialmente a conspiração plantas/vento só atinge grandes concentrações humanas (não era o caso do diretor…) Mas, perfidamente, depois de um tempo, a rebelião da natureza começa a atingir também pequenos grupos. Some a tudo isso um Mark Wahlberg que engata uma cara-de-professor-preocupado durante todo o filme, no auge da canastrice, acompanhado por uma coadjuvante inexpressiva (Zooey Deschanel) com cara de doida bonitinha perdida em meio ao apocalipse querendo discutir a relação. Parece muito? Não é tudo. É preciso acrescentar a essa mixórdia a pieguice dos diálogos inacreditavelmente bobos. E tome gente se matando “enquanto o vento sopra”(esse deveria ser o título!): com revolver, com prendedor de cabelo (?), por atropelamento, com cortador de grama, pulando de prédios ou do que mais estiver à mão. Fim dos Tempos?! Sei não…Tá mais prá fim de carreira…
    http://penna.wordpress.com/

  2. Oieee!!!

    Mateus – E são muitas coisas toscas mesmo. Não consegui gostar de nada, a não ser a idéia inicial, mas por muito pouco tempo.

    Red Dust – Você precisava ver as pessoas no final da exibição… Eu aqui até que fui boazinha…

    Hugo – Olha, de repente até tem uma qualidade bem escondida, mas as coisas ruins são tantas que me cegaram totalmente para elas.

    Ibertson – Quando li o seu comentário fiquei com medo de estar espalhando spoilers por aí, mas como a informação já vinha rolando até nas críticas impressas achei que não tinha problema. Independente disso o filme vai continuar ruim do mesmo jeito. Achei a Dama da Água quase-ruim…

    Wally – Eu não consegui abstrair para procurar os valores. Mas é decepcionante e falhado mesmo. Notão, hein?

    Johnny – Que bom que você voltou! Pois é… As poucas pessoas que gostaram, foi só de algumas coisas.
    Acho que dessa vez ele errou a mão feio!

    Beijocas a todos!

  3. é aquela coisa … filme dele é para dividir mesmo mas desta vez até os fãs se racharam … pense …
    não vi ainda … porém o olho clinico estará ligado

    abraços

  4. Concordo que tem falhas, inclusive esse pior momento, que foi mesmo péssimo, mas eu até que gostei do filme. Decepcionante, falhado, mas ainda com alguns valores.

    Nota 6,0

    Ciao!

  5. Tenho medo de assistir esse filme, depois de tantos comentários negativos. Mas após ler o motivo das pessoas se suicidarem nesse seu post, vi que era uma explicação muito ruim.
    Quero assistir para ver se é essa ruindade toda mesmo.
    A Dama na água é péssimo.

  6. Como escreveu o Red Dust, todos estão descendo o porrete no filme.
    Sou fã de Shyamalan e tenho esperança de achar alguma qualidade no filme quando assistir.

    Bjos

  7. Puxa… há muito que não via um filme a levar tanta pancada… :)

    Beijinho.

  8. Poxa, eu não achei tão ruim assim como todos falam, na verdade acho que até gostei …
    Mas que tem umas coisas toscas no filme, isso não posso negar.

    Abraço
    Mateus

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