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Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca

(Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back, EUA, 1980)

Ficção Científica
Direção: Irvin Kershner
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, David Prowse, Peter Mayhew, Kenny Baker, Frank Oz, Alec Guinness, Jeremy Bulloch, Jack Purvis, Clive Revill
Roteiro: George Lucas (argumento), Lawrence Kasdan, Leigh Brackett
Duração: 124 min.
Nota: 8 ★★★★★★★★☆☆

Três anos depois de ser surpreendido com tudo aquilo que George Lucas trouxe para os cinemas em Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, não foi preciso muita coisa para levar o grande público de volta às salas de exibição. Ansiosos, muitos fãs já sabiam de cor o primeiro filme da agora saga Star Wars, e queriam acompanhar o confronto de Luke Skywalker e companhia com Darth Vader, o representante do imperador.

Na continuação da saga, depois da destruição da Estrela da Morte – base espacial com alto poderio bélico que poderia destruir, inclusive, planetas inteiros -, acompanhamos as investidas do Império Galático contra o exército rebelde, agora liderado por Luke Skywalker.

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Aqui, George Lucas tinha um grande desafio, superar todas as expectativas criadas com o longa-metragem anterior, e todos já sabem como as expectativas conseguem frustrar um filme, principalmente se ele faz parte de uma série. Para isso, o diretor terceirizou os serviços. Embora ainda fosse responsável pelo argumento, ele deixou a direção nas mãos de Irvin Kershner (007 – Nunca Mais Outra Vez) e o roteiro com Leigh Brackett (À Beira do Abismo) e Lawrence Kasdan (Os Caçadores da Arca Perdida).

Um pouco mais melodramático e com personagens mais profundos do que o filme anterior, O Império Contra-Ataca é considerado por muitos como o melhor filme de toda a saga. Além de uma atenção muito grande às batalhas e a bom motivos para o uso de mais efeitos especiais impressionantes, o roteiro se entrega ao relacionamento conturbado de Leia e Han, e tenta elaborar mais a constituição do protagonista Luke e do antagonista Vader, criando um certo suspense em torno da relação dos dois.

Suspense esse que termina no spoiler que todas as gerações futuras tentaram, sem muito sucesso, evitar, já que a cena da revelação faz parte de vários outros filmes e é uma brincadeira cinéfila recorrente.

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É também em O Império Contra-Ataca que o público conhece melhor o maior de todos os jedis vivos, Yoda. Após uma visão, Luke vai procurar o planeta onde o velho sábio se esconde e cria uma relação de intimidade com ele. A pequena criatura verde, que tinha chamado a atenção no primeiro episódio, vira aqui mais um dos ícones da saga.

Tecnicamente, há muita coisa para se falar do longa-metragem, principalmente na qualidade da fotografia de Peter Suschitzky (The Rock Horror Picture Show), que funciona bem na mescla de cenários reais com os cenários muito bem elaborados por Michael Ford (O Enígma da Pirâmide), seguindo o desenho de produção de Norman Reynolds (Império do Sol). As cenas no planeta gelado Hoth, algumas filmadas durante uma nevasca real na Noruega, são um bom exemplo disso.

A trilha sonora de John Williams (Superman: O Filme) também ganha um destaque maior aqui com a apresentação da composição mais conhecida da franquia: a Marcha Imperial, música-tema do vilão Darth Vader. A mixagem de som, que utiliza pela primeira vez os cinco canais no famoso 5.1 surround sound system também impressiona. No mais, a qualidade do primeiro filme, com toda a boa impressão visual que causou, é mantida.

Todo o sucesso de Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca se deve a uma soma de fatores, como a junção do uso de muita tecnologia, apuro na qualidade técnica e a apresentação de personagens mais complexos. O fato de Lucas ter estado um pouco mais distante de todas as decisões tomadas parece ter sido fundamental para isso.

Um daqueles filmes para ver, rever, mostrar para os filhos e os netos. Depois, é claro de assistir ao filme anterior, Uma Nova Esperança. Lembrando que vale muito mais a pena começar a saga pela trilogia original e só depois, se tiver vontade, dar uma olhada nos três filmes lançados com a história de Darth Vader.

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Curiosidades

A ideia de Lucas era se afastar da produção de O Império Contra-Ataca e dedicar mais tempo a questões pessoais. A contribuição de Kershner foi a maior humanização dos personagens, porém, atrasos e estouros de orçamento fizeram o dono da história voltar ao set e à sala de edição para diversas montagens depois de fracassados testes de audiência.

Assim como em Guerra nas Estrelas não há créditos iniciais no filme. Porém a estrutura, com créditos apenas ao final, contraria aquilo que é estipulado pelo Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos. Depois de multas, muita confusão e da desfiliação de Lucas deste sindicato, do Sindicato dos Diretores e também da Motion Pictures Association of America, ele pode manter como gostaria.

Um Grande Momento:
“Eu sou seu pai.”

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=4KnAyxgZ3Vo[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
4 Comentários
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Marcio Melo
Marcio Melo
21/12/2015 15:23
Responder para  Cecilia Barroso

É que é difícil acreditar que O Império Contra-Ataca não seja um filme nota 11.

É coisa minha gheehe

Marcio Melo
Marcio Melo
21/12/2015 11:40

A nota máxima aqui no CC é 8 né? Só pode.

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