Crítica | Streaming e VoD

O Convite

(The Invitation, EUA, 2015)
Suspense
Direção: Karyn Kusama
Elenco: Logan Marshall-Green, Tammy Blanchard, Michiel Huisman, Emayatzy Corinealdi, Aiden Lovekamp, Michelle Krusiec, Mike Doyle, Jordi Vilasuso, Jay Larson, Marieh Delfino, Lindsay Burdge, John Carroll Lynch, Toby Huss
Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi
Duração: 100 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Depois de passar dois anos afastada dos amigos, sem nenhum contato, Eden convida todos para seu casamento na antiga casa onde morava. Will, o ex-marido resolve comparecer ao evento, acompanhado de sua namorada, mas está inseguro de voltar ao local, onde uma tragédia destruiu a vida do antigo casal.

Apesar de não ser um grande filme, O Convite surpreende pela segurança com que sua diretora, Karyn Kusama, desenvolve e mantém o suspense. A trama, construída aos poucos, consegue capturar o espectador que, assim como o protagonista do filme, sabe o que vai acontecer, mas não muito bem como ou quando.

Entre personagens estranhos, que parecem não ter muita coisa em comum, quem se destaca é Will, um homem amargurado que simplesmente não sabe lidar com o passado e se sente afrontado com a nova postura da ex-mulher frente ao passado dos dois.

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Acertando de começo no uso da mesma ferramenta, Kusama acaba se entregando às facilidades do flashback para contar aquilo que aconteceu, mas não era tão fundamental à trama, uma vez que os eventos já tinham sido decifrados por quem assiste ao filme.

Porém, o maior problema – que vem do roteiro – está na tentativa de explicar o motivo daquela inusitada reunião; a presença dos estranhos David, Sadie e Pruitt, e o desaparecimento e nova postura de Eden. O uso de vídeos gravados é muito inferior a tudo que vem se construindo até então e destoa não só do cuidado com a estética, mas da própria construção narrativa.

Mas o curioso é que O Convite sobrevive mesmo assim, causando a mesma angústia e surpresa que tinha causado até então, e chega bem ao seu desfecho esperado, mas ainda assim interessante.

Funciona muito bem como entretenimento para aqueles que gostam de filmes de suspense mais psicológicos e demonstra a versatilidade de sua diretora, que já embarcou em filmes de esporte (Boa de Briga), super-heroína (Aeon Flux) e terror (Garota Infernal) e filma agora XX, um filme coletivo, dirigido só por mulheres.

Um Grande Momento:
Choi.

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Links

IMDb
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9jbI6iMaB78[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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