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Um Homem de Sorte

(The Lucky One, EUA, 2012)

Drama
Direção: Scott Hicks
Elenco: Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner, Riley Thomas Stewart, Jay R. Ferguson, Adam LeFevre, Robert Hayes, Joe Chrest, Russell Durham Comegys, Sharon Morris, Ann McKenzie, Kendal Tuttle, Cameron Banfield
Roteiro: Nicholas Sparks (romance), Will Fetters
Duração: 101 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Um drama sem gracinha com um toque azedo de romance. Esta é a frase que resume Um Homem de Sorte, sexta adaptação de um livro de Nicholas Sparks, autor de best sellers que inspiraram filmes como Um Amor para Recordar, Noites de Tormenta e Querido John. A história agora, que começa com Logan Thibault (Zac Efron), um fuzileiro naval dos EUA em pleno combate, tem a intenção de nos convencer que cada um tem o seu destino.

Depois de passar por muitos incidentes durante as batalhas no Iraque, Logan acha a foto de uma bela loira em meio ao caos da guerra. Como ele consegue sobreviver naquele local inóspito, passa a tomar a mulher desconhecida como seu amuleto de sorte e, quando volta para a sua cidade natal, resolve viajar a pé para encontrar e agradecer à desconhecida moça da foto. Sim, isso mesmo, vai de uma cidade a outra a pé, tendo como companhia apenas o seu pastor alemão Zeus. Logan acaba se envolvendo com Beth (Taylor Schilling), a loira da foto, que vive em uma cidadezinha pacata e romântica da Carolina do Norte, nos EUA, com sua avó Ellie (Blythe Danner) e o pequeno Ben (Riley Thomas Stewart), filho de Beth.

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Longe de querer ser carrasca e entregar de bandeja o final do filme, todos sabem que as histórias altamente românticas de Nicholas Sparks têm finais bem fáceis de se adivinhar. A personalidade e caráter dos personagens são muito bem definidos desde o começo. O que não quer dizer que as atuações sejam lá também tão definidas e carregadas de emoção como pede a história. Zac Robocop Efron, nosso eterno garoto Disney e dançarino da escola, ainda não achou seu tom para papéis dramáticos. E olha que ele tentou em A Morte e Vida de Charlie. Em Um Homem de Sorte Efron está totalmente perdido em cena e não consegue carregar o tom duro de um ex-fuzileiro que passou maus bocados na guerra e que é, ao mesmo tempo, um homem sensível por dentro, que tem de ser sutil com os problemas da moça por quem se diz apaixonado. Tem momentos em que dá até vergonha da sua atuação mecânica.

Taylor Schilling também não é lá a melhor mocinha das adaptações dos romances de Sparks (ainda elejo Rachel McAdams e sua Allie Hamilton, de Diário de uma Paixão, como a melhor). Quem puder assistir na linguagem em inglês, verá que Taylor optou por mudar a voz para algo entre o infantil e o deprimente para justificar a sua personagem que é reprimida pelo ex-marido, o xerife mala-sem-alça Keith Clayton (Jay R. Ferguson).

Quem leu o livro e espera uma ótima adaptação, vai se sentir frustrado, porque isso não acontece. Lá está a eterna insatisfação da adaptação de livros para o cinema… terreno perigoso, porque os livros contêm detalhes demais que as poucas horas de uma filmagem não poderão conter e, quando lembrados, podem ficar perdidos no meio do roteiro. Em Um Homem de Sorte, por exemplo, Logan Thibault volta para casa com sequelas da guerra: incomoda-se com barulho dos tiros do game dos sobrinhos e reage com violência quando é acordado por um deles. Estas sequelas são simplesmente ignoradas no restante do filme.

Mas também o diretor Scott Hicks não vai deixar nenhum fã de romance assim tão triste. Toda a fórmula está lá: o homem certo na hora errada, a mocinha que sofre e não vê saída para o seu sofrimento, uma linda e aconchegante cidade rural, a criança sensível que não conta com o apoio do pai e muitos encontros e desencontros de um casal apaixonado.

Infelizmente, sem querer ser clichê mas já sendo. não tem jeito… Um homem de sorte é clichê…

Um Grande Momento

O caliente e sem apelação namoro na ducha.

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=yIjp-g87JrU[/youtube]

Jack Sabino

Jack Sabino, como gosta de ser chamada, é natural de Belo Horizonte, pacata capital mineira. Feliz pela tradição regional do aconchego da família, desde cedo entende sua virtude em firmar raízes e faz da leitura e escrita sua válvula de escape. Cinéfila assumida, seu amor pelo cinema surgiu após assistir, numa bela madrugada, as cenas do inesquecível E o vento levou. Daí em diante, não desgrudou seus olhos das telonas, e, com seu hábito corriqueiro da escrita, começou a tecer suas impressões sobre os filmes que assistia.
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