Algum dia antes do anúncio dos indicados o telefone toca na casa de um votante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood:
– Alô?
– Jim?
– Bill, meu querido, é você?
– Opa! Eu mesmo! Como é que você está? Tudo certo?
– Tudo certo. E com você?
– Certo também. Estou ligando pra saber se você já fechou sua cédula.
– Estou terminando ainda. Meio em dúvida em algumas categorias.
– Pois é. Você viu que tem filme do Zemeckis, né? Acho que a gente tinha que dar um jeito de colocar em melhor filme. Será que dá pra você votar nele também?
– Melhor filme?! Mas tem aquela porta batendo.
– É. Essa porta é um problema. Mas é o Robert.
– Continua tendo a porta, a janela aberta, aquele final…
– É. Não dá pra melhor filme, né?
– Acho que não.
– Vou tirar aqui da minha. Mas é o Bob…
– Tem o Denzel. Acho que esse dá pra bancar.
– Boa. Mas isso é mais mérito do Denzel do que dele, né não?
– É.
– E se a gente colocasse em direção?
– Ah, aí fica muito difícil. Eu já tive que deixar a Kate e o Ben de fora. Não vou tirar mais ninguém pra colocar o Robert por esse filme.
– Você não votou no Ben?
– Ah, eu não. Todo mundo vai votar nele mesmo, meu voto não vai fazer nenhuma diferença.
– É, né? Acho que vou nessa também.
– Você vai mesmo colocar o Bob em direção?
– Eu vou.
– …
– Ou não, não sei ainda. Mas vou colocar o filme em roteiro original.
– Aí também tem a porta, Jim. Aliás, tem muito mais a porta.
– Mas, Bill, é o filme do Robert. Não dá pra deixar só em melhor ator.
– Tá bom, tá bom. Você me convenceu. Vou colocar no lugar do Rian.
– Oba! Mas o roteiro do Rian é bom, né?
– É. E não tem a porta.
– Mas ele é novo ainda. E nem é tão nosso amigo assim.
– É. Pois é…