- Gênero: Comédia, romance
- Direção: Janeen Damian
- Roteiro: Ron Oliver, Jeff Bonnett
- Elenco: Lindsay Lohan, Chord Overstreet, George Young, Jack Wagner, Olivia Perez, Alejandra Flores, Sean Dillingham
- Duração: 93 minutos
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Ela está de volta! Depois de um tempo afastada das telonas, e mais ainda dos filmes família que fizeram seu nome, Lindsay Lohan retorna em uma comédia romântica natalina fofa e previsível. Guardada as devidas proporções e o cuidado com cenografia e alguns figurinos, Uma Quedinha de Natal parece ter saído diretamente do catálogo da Hallmark. Ou seja, é mais um dos muitos filmes que apertamos o play nessa época do ano, mas com o diferencial do charme de ter a estrela encabeçando o elenco.
Tudo é muito, muito exagerado no universo de Sierra Belmont, a protagonista ricaça que vai ver sua vida mudar depois da tal quedinha do título, na verdade, é um tombaço daqueles. Com muita neve e aquela musiquinha temática, todo o vermelho e verde e aqueles suéteres ridículos, embora estilizados, estão em tela estão para deixar bem marcado que se trata de uma produção natalina. Em contraposição, com outras cores, outro estilo e problemas surge Jack Russell. Eles se encontram por acaso, mais de uma vez e daí começa a se desenrolar a trama do longa.
A diretora Janeen Damian é bem óbvia na marcação da diferença entre os dois personagens. Com um histórico longo no roteiro de filmes de Natal, com filmes como O Príncipe e Eu, Natal na Realeza, Um Natal Coroado, Valsa de Natal e Much Ado About Christmas, ela se sente confortável com os elementos, situações e conflitos entre aqueles que têm muito e os que não têm tanto assim da história criada por Jeff Bonnett e Ron Oliver, este último outro habitué do tema.
Uma Quedinha de Natal aproveita-se do visual de Utah, com suas muitas montanhas, casinhas de vilarejo, pinheiros e decorações do período para criar o clima. Além disso cumpre aquilo que mais importa em comédias românticas: protagonistas simpáticos com química suficiente para levar o filme adiante. A atenção a personagens satélites, como a filha de Jake, Avy; o pai de Sierra, Sr. Belmont, e o noivo influencer dela, Tad, o diferencia de outras produções, elevando um pouco nível e quase tirando-o daquele famoso catálogo.
Mas tem uma coisa que não o deixa sair de perto de seus filmes-irmãos. A previsibilidade do roteiro é, sem dúvida, o seu maior problema. O público sabe o tempo todo onde está e onde vai chegar, sem ser surpreendido nem mesmo pelas colagens de citações, ou tentativas de citações a títulos conhecidos como Cinderela em Paris ou Miragle na Rua 34. Porém, olhando bem lá no fundo, até que há algo bem escondido nesse romance natalino. Por trás desse batido amor romântico, há uma história de libertação de Sierra, que rompe com o caminho delimitado por seu pai e não cai na fuga fácil com o primeiro boy lixo que aparece.
Nada tão relevante assim, é lógico, nem que vá fazer a trama mudar de rumo, mas está ali perdido entre as linhas de Uma Quedinha de Natal. No final das contas, é um filme que vai colocar aquele sorrisinho no rosto, cumprindo o papel desses longas que são produzidos aos rodos no fim de ano. E sabe que é bom ver Lohan de volta nesse lugar despretensioso de novo? Fazendo um papel tão simpático e, porque não dizer, bobinho, que nos lembra de seus velhos tempos? De algum jeito, é como voltar ao passado. Para um longa de Natal, está bem no lugar que deveria.
Um grande momento
Faxinando