Ação
Direção: David Leitch
Elenco: Dwayne Johnson, Jason Statham, Idris Elba, Vanessa Kirby, Helen Mirren, Eiza González, Eddie Marsan, Eliana Sua, Cliff Curtis, Lori Pelenise Tuisano, John Tui, Joshua Mauga
Roteiro: Chris Morgan, Drew Pearce
Duração: 137 min.
Nota: 7
Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw
Carros, explosões, pirotecnia com muitos efeitos especiais e um trabalho impecável de dublês. Uma mulher bonita. Uma não, algumas. E dois dos astros mais fortões e carismáticos. Eis a receita para um filme de ação bem sucedido não?
David Leitch é o Michael Bay do momento (talvez até com um pouco mais de tino do que o conterrâneo famoso por filmes como a franquia Transformers) e combina o talento como coordenador de dublês com anos de estrada com a visão do que o mercado deseja hoje – porradaria com substância. Ele, que iniciou a carreira como diretor de cinema com John Wick – ou o filme que ressuscitou a carreira de Keanu Reeves o transformando numa versão mais cool do Charles Bronson em Desejo de Matar –, agora traz sua marca para a incensada franquia Velozes e Furiosos.
Funcionando como uma espécie de spin-off da saga original, já que não acompanha Dominic Toretto (Vin Diesel) e seus ‘parça’, mas sim o antigo antagonista Ian Deckard Shaw (Jason Statham) e o mocinho Luke Hobbs (Dwayne Johnson, o The Rock), que precisam superar as desavenças e trabalhar juntos para salvar o mundo ameaçado por uma corporação maligna. Até aí, nada de novo no front e nem ao longo dos 130 minutos do filme. Porém, é um entretenimento de qualidade apoiado no carisma de The Rock, nas habilidades em artes marciais de Statham e em dois atores coadjuvantes sublimes: Idris Elba e Vanessa Kirby.
Brixton (Elba) é a pedra no sapato Armani de Shaw, um vilão sim, sem muita densidade mas cheio de tormento e vontade de completar sua vingança. Ele persegue a dupla de fortões e a agente do MI-6 Hattie Shaw (Kirby), irmã – e não esposa, credo – de Deckard. Vanessa, famosa por ter interpretado a irmã da Rainha Elizabeth em The Crown, a espevitada princesa Margaret, prova mesmo em um papel limitado que é uma estrela. Daria para assistir facilmente a ela em uma franquia de espionagem como Atômica – também de Leitch – que poderia ser tão bom mas é misoginamente raso e vergonhoso.
A história desse Velozes & Furiosos: Hobbs & Shawn não tem a complexidade ou, para alguns, o nível de elaborada porralouquice de Missão Impossível (sendo, cá entre nós, o sexto filme da franquia estrelada por Tom Cruise talvez o melhor filme do gênero em muitos anos), mas dá pro gasto. Especialmente quando rolam as piadinhas entre The Rock e Statham ou quando o grandalhão se dobra perante a majestade da espiã, com quem tem ótima química. E a sequência final desse filme – que já aponta para uma continuação – é muito divertida, colocando The Rock mais uma vez em contato com a cultura samoana (a mãe dele nasceu no país que fica na Polinésia, Oceania) a exemplo do que ocorreu em Moana, rendendo momentos muito fofos.
Em tempos tão bicudos, o cérebro agradece quando ligamos a TV, vamos até o Telecine Play e assistimos a um filme como esse, sem grandes pretensões artísticas mas que cumpre o seu papel com louvor. E que venham mais aventuras de Hobbs, Shaw e – assim espero –, Hattie.
Um Grande Momento:
A ligação de pai e filha com ruídos ao fundo.
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