Documentário
Direção: Alice de Andrade
Roteiro: Alice de Andrade
Duração: 80 min.
Nota: 6
Em Vinte Anos, a documentarista Alice de Andrade volta a Cuba para resgatar a história de amor de personagens que filmara 20 anos antes, para seu documentário Luna de Miel. Escolhendo três dos casais filmados anteriormente, ela busca mostrar todas as transformações sofridas na ilha que, depois de anos vivendo sob a ditadura de Fidel Castro e um absurdo embargo econômico, abre-se agora ao mercado internacional e transforma-se.
Entre os personagens retratados estão aqueles que acreditaram e se dedicaram à revolução e outros que desistiram de Havana e foram tentar a vida em Miami. A contraposição das realidades é chocante. Bens materiais chamam a atenção na vida dos que estão longe, assim como a invisibilidade enquanto seres humanos e a inadequação com o espaço que se ocupa.
Nos que ainda estão na ilha, sente-se um forte senso de comunidade, de família. Mesmo aquele casal que não está mais junto tem uma união que parece ser favorecida pela história do próprio país.
O passar do tempo, presente na comparação entre as décadas retratadas, com trechos de Luna de Miel e filmagens mais atuais, também é cativante. A modificação gradual do modo de vida, agora fortemente ligado ao consumo, chama a atenção.
Apesar do valor do que é explicitado pelo documentário e do trabalho de construção em busca de uma narrativa, Vinte Anos não consegue envolver como poderia se tivesse dedicado-se a trabalhar melhor o lado humano. Com forte valor histórico, falta ao longa-metragem um sentido de unidade e a fluidez fundamental para o desenvolvimento de qualquer história.
Mas não deixa de ser interessante acompanhar o que se vê na tela. O problema é que o filme precisa de um conhecimento prévio da situação pelo espectador, precisa de outras experiências – cinematográficas ou não – com a história cubana. Sozinho, infelizmente, Vinte Anos não funciona tão bem assim.
Um Grande Momento:
Falando inglês.
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