(The Wolverine, EUA, 2013)
Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima, Svetlana Khodchenkova, Will Yun Lee, Famke Janssen, Hiroyuki Sanada, Brian Tee, Ken Yamamura, Hal Yamanouchi, Ian McKellen, Patrick Stewart
Roteiro: Christopher McQuarrie, Scott Frank, Mark Bomback
Duração: 126 min.
Nota: 6
Lá no começo dos anos 80, um personagem começou a se destacar entre os X-Men, super-heróis mutantes da editora Marvel. O sucesso fez com que Wolverine tivesse um destaque maior nas histórias do grupo e ganhasse uma edição só dele. Escrita por Chris Claremont e com desenhos do então novato Frank Miller, “Wolverine” (relançada pela Panini com o nome de “Eu, Wolverine”) levava o herói até o Japão e esclarecia um pouco de seu desconhecido passado.
Tida como uma das melhores histórias, a revista é a inspiração para Wolverine – Imortal, novo filme do herói com esqueleto de adamantium e poder de regeneração. Personagens da saga japonesa como Yashida, Harada, Yukio e Mariko, primeira esposa de Logan, aparecem repaginados na tela, assim como a vilã Viper (com quem, nos quadrinhos, Wolverine também foi casado).
O fascínio do público (leitor ou espectador) por Logan é justificado. Suas origem e história são repletas de mistérios, poderes e vários códigos de conduta, além de um mau humor e uma personalidade muito singulares. Uma história que tenta expor o personagem e ainda inclui elementos de uma cultura rica de significados como a japonesa tem uma chance ainda maior de atrair a atenção e funciona, muito mais, inclusive, do que o primeiro filme solo de Wolverine, baseado nos quadrinhos “A Origem“.
Ainda que alguns elementos e alterações incomodem os mais apegados às histórias em quadrinhos (há uma incongruência com uma das principais características do personagem difícil de ignorar), o filme consegue se desenvolver bem, mantendo um bom ritmo e mesclando elementos fantásticos com muita ação.
O eclético diretor James Mangold, que tem em sua filmografia títulos bem diversos como Cop Land, Garota, Interrompida, Kate & Leopold, Identidade, Johnny & June e Encontro Explosivo, não faz feio, mas erra pontualmente. As cenas de computação gráfica no isolamento de Logan não convencem, as inserções oníricas carecem de criatividade e nem todas as cenas de ação são equilibradas. A cena no enterro, por exemplo, mistura kung fu, le parkour, tiroteio, luta corporal, perseguição e aposta em uma câmera tão frenética que, por mais de uma vez, é difícil entender o que está acontecendo na tela.
Hugh Jackman interpreta pela sexta vez o super-herói, mas dessa vez, além de um físico ainda mais impressionante, parece mais convencido do que está fazendo. O resto do elenco apresenta alguma irregularidade nas atuações, mas nada muito comprometedor. A trilha sonora de Marco Beltrami segue a tendência dos filmes do gênero, mantendo a discrição e exagerando nos mesmos momentos de sempre. Algumas coreografias de lutas e um bom trabalho de som também conseguem se destacar.
Wolverine – Imortal, no final das contas, não é um filme sensacional, inesquecível, mas é divertido e consegue entreter. Mesmo com defeitos, tem uma coisa que anda faltando em muitos títulos de super-heróis atuais: aquela aura fantasiosa que torna tudo mais interessante. A sessão no cinema faz o público ter aquela mesma sensação de alguém que abre uma HQ e se deixa levar pela história. Só isso já faz valer a pena.
Como em todo filme de super-heróis, espere os créditos.
Um Grande Momento:
Trem-bala.
Links
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