Drama
Direção: Lucía Puenzo
Elenco: Ricardo Darín, Valeria Bertuccelli, Germán Palacios, Carolina Pelleritti, Martín Piroyansky, Inés Efron, Luciano Nóbile
Roteiro: Sergio Bizzio (conto), Lucía Puenzo
Duração: 86 min.
Minha nota: 7/10
O que fazer se as coisas saem diferente do que esperamos? E o que fazer quando temos que conviver com uma realidade que não conhecemos? O medo, o preconceito e a insegurança são alguns dos muitos temas tratados no drama argentino XXY.
Um casal e seu filho vem de Buenos Aires para conhecer a jovem Alex. Hermafrodita vive em um corpo de menina, como a mãe quer, mas seus sentimentos são muito confusos. Enquanto a família esconde sua filha do mundo e tenta decidir o futuro da menina, ela descobre o amor, sofrendo ainda mais com sua realidade.
O filme é denso e, além das boas interpretações do elenco, conta com uma construção detalhada e às vezes escancarada da complexidade da história de vida de Alex. Os desenhos da menina, a boneca e a tartaruga ferida são partes incômodas, mas fundamentais para a trama.
A fotografia é bem competente e aproveita as belas paisagens do extremo sul do Uruguai. A trilha sonora também é muito boa.
Inés Efron, que por acaso tinha 25 anos no ano de filmagem, está ótima na pele da confusa Alex, assim como Martín Piroyansky como o jovem Alvaro, um menino que parece não chamar a atenção de ninguém. Ricardo Darín também está muito bem como o contido pai.
Em seu primeiro longa-metragem, Lucía Puenzo surpreende ao demonstrar tanta qualidade e segurança, mas é justamente na inexperência que deixa seu filme escorregar. Sequências longas demais ou desconexas e algumas passagens insistentes acontecem vez ou outra.
O problema se agrava com a chegada do final e uma das cenas mais importantes do filme, a conversa na fogueira, acontece como se fosse um remendo e perde muito de sua força.
Apesar dos defeitos, o roteiro é tão interessante e tem tantos aspectos a serem explorados que não pode deixar de ser visto.
Questões como o amor paterno, a agressividade do ser humano, o medo do diferente e a falta de comunicação deixam o espectador atento a cada movimento da trama e provocam a simpatia e a repulsa por determinados personagens.
Uma boa pedida quando a vontade for de pensar um pouco mais na incompreensão do ser humano.
Um Grande Momento
“Você fez a denúncia?”
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
Cannes: Grand Golden Rail, Semana da Crítica
Goya: Filme Estrangeiro em Língua Espanhola
Festival Internacional de São Paulo: Júri Internacional
Links
Site Oficial
Particularmente, gostei da forma como o tema foi tratado, apesar de não ser um grande filme e deixar a desejar especialmente no aspecto da emoção. Mas a atriz principal é ótima…
Acho que eu gostei mais do filme do que você, Wallace. Apesar de algumas deslizadas, a história acabou me conquistando.
Beijocas
Filme apenas correto. Esperava bem mais.