(Skyfall, GBR/EUA, 2012)
Direção: Sam Mendes
Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Ola Rapace
Roteiro: Ian Fleming (personagens), Neal Purvis, Robert Wade, John Logan
Duração: 143 min.
Nota: 8
Bastam alguns segundos para perceber que se está diante de mais um filme do agente secreto James Bond, e poucos minutos para que se saiba que a diversão com o que vem a seguir está garantida. Desde a entrada meio desfocada em quadro, passando pelas agitadas primeiras cenas de perseguição e luta, e chegando na sempre belíssima abertura, desta vez na voz de Adèle, tudo o que se aprecia no bom e velho 007 está presente e no lugar certo em 007 – Operação Skyfall.
E o melhor é que, durante as quase duas horas e meia de projeção, tudo só melhora. Um dos pontos mais importantes para a fluidez do 23º filme da franquia oficial do espião britânico é que finalmente Daniel Craig (Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres) incorpora aquele agente que conhecemos tão bem. O que se percebe na polidez das primeiras conversas com M e até em gestos simples como o ajeitar do paletó depois de pular de uma retro-escavadeira dentro de um trem. Nos dois filmes anteriores, Cassino Royale e Quantum of Solace, o ator mais parecia um brutamontes deslocado, que jamais chegaria perto de seus antecessores em quesitos como charme, elegância e afins. Mas, como o diamante bruto que prometiam que ele fosse, ele chegou lá.
Em Operação Skyfall, James Bond precisa encontrar um HD roubado de um agente. No dispositivo está uma lista que revela a identidade de todos os agentes secretos da MI6. A ação de resgate sai diferente do planejado e ele se afasta. Enquanto isso, M precisa encarar um passado e as marcas que ela causou, ao mesmo tempo em que tem sua capacidade questionada pelo ministério da segurança. Ela tenta resistir à aposentadoria compulsória e ações terroristas complicam as coisas. Mas também fazem 007 voltar para casa.
Filmadas em diversos lugares do mundo, incluindo duas tensas sequências em Istambul e em Xangai, o filme rende mais na mão do diretor Sam Mendes (Foi Apenas um Sonho) do que os títulos prévios nas mãos dos seus antecessores, com todo respeito à filmografia além 007 de Marc Forster e seus predecessores. Ainda que tenha passagens deslumbradas, como a da chegada na festa exageradamente exótica, e um excesso chato de merchandising (fazendo Bond trocar seu vodca martini batido por uma long neck), as mesclas entre ação/suspense e drama/humor e um controle preciso do elenco fazem a diferença.
O roteiro também ajuda ao fazer questão de não abandonar um passado muito conhecido pelos fãs. O respeito por instituições que só são conhecidas por uma letra desde sempre e a comparação entre o que há de novo e o que ficou para trás agradam, assim como a boa e velha estrutura de filmes do gênero, com vilões maquiavélicos e viradas inesperadas.
Temos então o velho conhecido James Bond, uma bela trama, cenas tensas e um diretor que sabe o que está fazendo, mas o melhor só aparece depois: Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez). Não há o que falar da construção de seu antagonista, em todo seu sarcasmo, ironia e mágoa. Desde sua primeira cena, ele rouba o filme para si.
Pela primeira vez depois de muito tempo, temos a sensação de estar novamente nos divertindo com uma história do 007. Programa indispensável para os amantes do gênero e uma ótima oportunidade para os fãs da franquia voltarem a sentir o que sentiam quando viam Sean Connery na pele do herói. Ficou bem difícil para Roger Moore e companhia.
Um Grande Momento
Trocando de carro.
Oscar 2013
Melhor Edição de Som (Per Hallberg, Karen Baker Landers), Melhor Canção (Skyfall)
Links
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