Crítica | FestivalFIC Brasília

Sleep Dealer

(Sleep Dealer, MEX/EUA, 2008)

Ficção Científica

Direção: Alex Rivera

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Elenco: Luis Fernando Peña, Leonor Varela, Jacob Vargas, Giovanna Zacarías

Roteiro: Alex Rivera, David Riker

Duração: 90 min.

Minha nota: 4/10

Neste festival estou procurando ver filmes de todos os gêneros. Hoje foi a vez da ficção científica Sleep Dealer.

No futuro, um jovem mora em um pequeno vilarejo do México, além de ajudar o pai na plantação de milho, também cuida da compra de água, represada e vendida em dólares por uma empresa. Seu grande sonho é ir para a cidade grande e conseguir um emprego com tecnologia, sua grande paixão. Ele passa os dias montando equipamentos em casa com sucata eletrônica e criando coisas novas, como uma antena, capaz de ouvir as comunicações de várias pessoas, estejam elas perto ou distante.

Um problema gerado por esta antena faz com que ele se mude para Guadalajara e, depois de conectado (aqueles botõezinhos na pele que Matrix inventou), arrume emprego em uma construtora virtual e uma bela namorada.

A mensagem passada é muito interessante, mas o desenvolvimento é tão sofrível que algumas bocejadas profundas acontecem vez ou outra, principalmente na primeira metade do filme. Tudo que vemos na tela parece já ter sido usado em mais de um lugar e os efeitos especiais são aquém do necessário e, repetitivos, acabam cansando.

Outro grande problema é o ator principal. Fraco, Luis Fernando Peña até consegue demonstrar algumas emoções, desde que elas não sejam graves ou tristes. Leonor Varela e Jacob Vargas estão bem.

Durante todo o filme, existe uma tentativa de destacar a cultura mexicana que ora funciona, ora não funciona. No geral, os elementos são tão contaminados de batidas referências americanas que fica difícil acreditar que algumas passagens sejam originais.

Para não falar que o filme todo é ruim, a idéia por trás do roteiro é boa, mas ainda falta um amadurecimento de Alex Rivera para coisas práticas, como a edição. Talvez, em trabalhos futuros tudo flua com mais naturalidade e ritmo, mas fica o mérito por tratar da divisão do mundo e de suas conseqüências.

Embora eu tenha achado o filme fraco, muita gente elogiou não só a mensagem passada, como alguns elementos de cena e tomadas. O filme foi premiado em Sundance e no Festival de Berlim.

Próximas sessões no festival: 1º/11, às 19h20; 02/11, às 19h40.

Um Grande Momento

Os dois na praia.



Prêmios e indicações
(as categorias premiadas estão em negrito)

Festival de Berlim: Prêmio Anistia Internacional

Sundance: Grande Prêmio do Juri, Prêmio Alfred P. Sloan, Roteiro

Links

Site Oficial

Imdb

 

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Um Comentário

  1. Medo mesmo!

    A história da plantação é justamente para mostrar as divisões, a separação do mundo. Seria como se no futuro uns pudessem usar a tecnologia para tudo e outros não tivessem acesso a nada.

    Beijocas

  2. Hahahahaha, Cecília. Jura que há bocejadas mesmo o filme tendo míseros 90 minutos? MEDO!!

    E olha o que eu achei interessante: o filme se passa no futuro, certo? E o menino ajuda o pai na plantação de milho???? Que coisa fora dos padrões futuristas… já nos dias de hoje temos quase tudo automatizado… hahahaha

    Bjos.

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