Crítica | Festival

Humanos

(Humains, FRA/CHE/LUX, 2009)

Um grupo sai em expedição para descobrir os últimos vestígios de uma outra espécie humana que teria habitado a Terra. As coisas começam a dar errado quando eles sofrem um terrível acidente de carro e descobrem que não estão sozinhos no lugar e não têm idéia de quem está com eles.

Nem mesmo a presença dos bons atores, entre eles Dominique Pinon (Crimes de Autor), é capaz de melhorar a qualidade do filme, de seu roteiro fraco, da previsibilidade e da cara de telefilme estadunidense.

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A história parece ter sido criada enquanto era filmada. Itens como o encontro com a família problemática que fora atacada pelos Tchagattas no carnaval de Lötschental, a travessia do rio e a descoberta de um stonehenge no meio do caminho vão afetando gravemente a paciência do espectador.

Os atores não estão confortáveis em seus papéis e não conseguem passar os sentimentos daquelas pessoas em pânico. Pelo contrário, demonstram, o tempo todo, não acreditar em nada daquilo e uma vontade de terminar logo com aquilo.

O filme é baseado em criaturas desconhecidas e, por isso, ao menos a maquiagem deveria ser boa, ainda mais se estamos falando de um filme dirigido por Pierre-Olivier Thevenin e Jacques-Olivier Molon, responsáveis pela maquiagem de A Invasora. Porém, todos os seres parecem ter vindo do planeta Bajor e serem irmãos de Odo do seriado Deep Space Nine.

Depois de muitas mudanças e de situações bem estapafúrdias, a história parece chegar a seu clímax e uma das sequências mais sangrentas e sem sentido do cinema acontece, mas tudo já está longe demais para ter uma continuidade e o sangue gratuito parece só ter acontecido para lembrar a platéia de quem eram os diretores.

Quando os créditos começam a subir fica difícil saber se o que vimos foi uma refilmagem francesa mal feita de Predador, um episódio de uma das franquias de Jornada nas Estrelas ou um daqueles filmes gore onde quanto mais sangue, melhor.

Mas é aquela história, só fica para ver mesmo quem é obrigado, está curioso ou quer sofrer um pouco, pois os primeiros momentos do filme já demonstram que a chance do projeto dar certo são bem pequenas.

Daqueles que não são tão necessários.

Um Grande Momento

Até que parecia ter chance, mas sempre desandava antes de acontecer.

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Suspense
Direção: Jacques-Olivier Molon, Pierre-Olivier Thevenin
Elenco: Lorànt Deutsch, Sara Forestier, Dominique Pinon, Manon Tournier, Élise Otzenberger
Roteiro: Jean-Armand Bougrelle, Frédérique Henri, Dominique Néraud, Silvan Boris Schmid
Duração: 90 min.
Minha nota: 2/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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