(Warrior, EUA, 2010)
Direção: Gavin O’Connor
Elenco: Joel Edgerton, Tom Hardy, Nick Nolte, Jennifer Morrison, Frank Grillo, Kevin Dunn, Maximiliano Hernández
Roteiro: Gavin O’Connor, Anthony Tambakis, Cliff Dorfman
Duração: 140 min.
Nota: 7
É no mínimo estranho que, em um país tão apaixonado por MMA (artes marciais múltiplas), a Imagem Filmes, responsável pela distribuição de Guerreiro no Brasil, não tenha cogitado levá-lo às salas de cinema, optando por um lançamento acanhado em dvd. Que o filme tinha um público garantido, isso era certo, mas vai entender…
O filme conta a história de dois irmãos, criados por um pai alcoólatra e cheios de mágoas que se separaram ainda na adolescência e que voltam ao octógono para disputar o Sparta, um torneio recém criado com dois dias de lutas consecutivas e cinco milhões de dólares em prêmio. Os irmãos são Brendan (Joel Edgerton), um professor de física certinho, casado e pai de duas meninas que precisa encontrar um meio para pagar a hipoteca de sua casa, e Tommy (Tom Hardy) um fuzileiro do exército americano que não fala muito. O pai dos dois é vivido por Nick Nolte, papel que lhe valeu a indicação para o Oscar e o SAG de melhor ator coadjuvante, e causa um estranho sentimento de pena.
O roteiro é o principal problema do filme. Previsível e piegas ao extremo, é cheio de falas que antecipam acontecimentos e não acredita em seu potencial, sempre explicando muito mais do que precisava ser explicado, como nos casos dos depoimentos sobre Tommy e o destino de seu prêmio, que tiram o brilho de um personagem silencioso e explicita o que já estava subentendido com um único telefonema. Sem falar em alguns diálogos melosos, nos comentários das lutas e mais um ou outro furo aqui e ali.
Mas algumas opções não poderiam ser mais acertadas. Como o fato de não usar flashbacks para explicar o que aconteceu com aquelas relações. Essa falta de comunicação entre o pai e os filhos e esse desconhecimento trazem o público, que só sabe um pouco por fotografias, para dentro da história e permite criações subjetivas de um passado. É curioso como é possível ao ver aquele pai completamente humilhado e desesperado por um pouco de carinho, sentir compaixão e ter a certeza de que ele merece tudo aquilo na mesma medida.
Outro ponto alto são as cenas de luta. Além uma delimitação dos personagens pelo seus modos de lutar, o que é muito interessante, o diretor Gavin O’Connor (Desafio no Gelo) sabe se aproveitar de toda a adrenalina das batalhas e mexer com o público.
Outras falhas vão se mostrando na parte técnica do filme. A direção de arte, muito bem elaborada desde o início do filme, escorrega na arena de luta; a trilha sonora, que ora colabora com o clima, ora influencia mais do que precisava; e se o trio de atores centrais é ótimo, o mesmo não pode ser dito do elenco de apoio, bem inconstante.
E é isso. Irregular do começo ao fim, Guerreiro se apóia na adrenalina das lutas, no bom trio principal de atores e até consegue emocionar. Uma pena não ter passado nos cinemas.
Obrigatório para amantes de filmes de luta.
Um Grande Momento
A tentativa de aproximação no cassino.
Links
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