(Parental Guidance, EUA, 2012)
Direção: Andy Fickman
Elenco: Billy Crystal, Bette Midler, Marisa Tomei, Tom Everett Scott, Bailee Madison, Joshua Rush, Kyle Harrison Breitkopf, Jennifer Crystal Foley, Rhoda Griffis, Gedde Watanabe, Tony Hawk
Roteiro: Lisa Addario, Joe Syracuse
Duração: Duração 104 min.
Nota: 7
As férias são sempre uma boa oportunidade para a indústria cinematográfica lançar no circuito comercial comédias familiares. A mais recente é a produção Uma Família em Apuros, estrelada por Billy Crystal e Bette Midler. A dupla é um casal de avós que não tem nenhuma proximidade com seus três netos e vai passar uma semana cuidando das crianças enquanto a filha acompanha o marido em uma viagem.
Alice (Marisa Tomei) e Phil Simmons (Tom Everett Scott) são os pais da trupe formada por Harper, a primogênita dotada de talento musical; Turner, um garoto introvertido e gago, e Barker, o caçula endiabrado e hiperativo, que tem como melhor amigo um canguru imaginário.
Os Simmons são os típicos integrantes das famílias perfeitas que vemos em comerciais de TV. São totalmente certinhos, não falam palavrão e as crianças jamais ouvem “não” como resposta, ao invés disto são estimuladas a pensar nas consequências. Também não comem nenhuma daquelas gostosuras que fazem mal à saúde e participam de atividades esportivas onde o resultado final é sempre o empate, pois a competição não é estimulada. Além disto, é uma família high-tech, toda a casa é informatizada e controlada por um software.
Os “incorretos” da história são Artie (Billy Crystal) e Diane (Bette Midler), os outros avós (como a personagem de Midler gosta de citar no filme) que levam a vida à moda antiga e totalmente oposta à deles. O medo de Alice e Phil é o de que eles desconstruam o trabalho feito na educação das crianças. O choque de geração e de ideias é o responsável pelas confusões do filme e por toda a diversão.
Uma Família em Apuros tem todos os clichês deste tipo de comédia, mas mesmo previsíveis, as cenas lideradas pelos atores veteranos são garantia de riso fácil. Crystal e Midler estão totalmente à vontade em seus papéis e bem afinados com o trio de crianças, principalmente com Kyle Harrison Breitkopf, que interpreta Barker e é o melhor entre os atores mirins.
Porém o melhor do roteiro é a crítica à excessiva preocupação dos pais em criarem seus filhos de acordo com a cartilha do politicamente correto, como se vivessem em uma redoma. Às vezes o tiro pode sair pela culatra, o resultado são crianças despreparadas para lidar com o mundo ao seu redor e com decepções. Harper é uma garota tensa e ansiosa, Turner tem problemas de relacionamento com outras crianças e Baker faz o que dá na telha, sem limites, sempre alegando que foi o canguru imaginário quem mandou.
A dominação das mídias digitais também recebe uma cutucada. Durante a demissão de Artie, o patrão alega que ele não tem facebook, twitter e coisas do tipo, deixando claro que mais do que talento para segurar uma transmissão esportiva, o importante mesmo é ter seguidores e garantir mais uma forma de divulgação.
O filme pode até passar longe da originalidade, mas traz reflexões interessantes e não deixa nada a desejar como uma comédia feita sob medida para a família. Foge dos exageros e das caricaturas e garante aquilo a que se propõe: diversão.
Um Grande Momento:
Cantando na privada.
Links
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