- Gênero: Ação
- Direção: Denis Villeneuve
- Roteiro: Taylor Sheridan
- Elenco: Emily Blunt, Benicio Del Toro, Josh Brolin, Victor Garber, Jon Bernthal, Daniel Kaluuya, Jeffrey Donovan, Raoul Trujillo
- Duração: 127 minutos
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Denis Villeneuve é um cineasta que chama a atenção pela capacidade de criar quadros e construir a tensão. Porém, uma outra marca acompanha o diretor: a incapacidade de segurar o clima no terceiro ato. Seus últimos longas-metragens demonstram esta deficiência claramente. Incêndios, Os Suspeitos, O Homem Duplicado e, agora, Sicario: Terra de Ninguém são filmes muito bem trabalhados tecnicamente, que até conseguem construir um clima próprio, mas que se perdem em suas conclusões.
Em Sicario, que significa matador de aluguel no México, uma agente do FBI especialista em captura de reféns esbarra em um caso de assassinato e ocultação de cadáveres relacionado aos cartéis mexicanos, responsáveis pelos tráficos de arma, drogas e pela travessia ilegal de imigrantes mexicanos. Ela decide juntar-se a uma força-tarefa que parte para o México, com agentes locais e agentes da CIA, com o objetivo de desbaratar quadrilhas criminosas.
A história começa bem e vai crescendo, instigando o espectador com boas cenas de ação e algumas perguntas não respondidas. Tudo lindamente fotografado por Roger Deakins (007 – Operação Skyfall) e, até certo ponto, bem conduzido por Villeneuve.
O bom argumento e este começo tenso e cativante despertam e conseguem manter por um tempo o interesse. Os personagens também começam bem em seu suspense. Dentre eles, quem se destaca é o estrangeiro Alejandro, vivido por Benício del Toro (Traffic: Ninguém Sai Limpo), sem dúvida, o melhor em cena.
Com o desenvolver da trama, alguns problemas do roteiro – que não deixam de ser notados, mas são relevados até então – começam a incomodar. Assim com a atuação de Emily Blunt (No Limite do Amanhã), como a agente Kate Macer, que não compromete, mas parece insuficiente para segurar a personagem em alguns momentos.
Talvez a culpa nem seja da atriz, mas de uma personagem que chega para mostrar a força feminina, mas que se afasta demais da realidade. Como se Villeneuve precisasse de algumas aulinhas com George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria) antes de tentar isso novamente.
Aquele começo interessante dá lugar a um filme aborrecido, com desenvolvimento desinteressante. Apesar da tocante e desesperançosa mensagem, que vê um problema conhecido como única solução para outros problemas, há muita conversa e pouco envolvimento.
É como se a gente, depois de uma viagem legal, tivesse ficado parado naquele carro abandonado no meio do nada. Mas depois de tantas viagens com esse motorista e de tantos abandonos no meio da estrada, ninguém pode dizer que não estava esperando por isso.
Um Grande Momento
Chegando no fim do túnel
Oscar 2016 (indicações)
Melhor Fotografia (Roger Deakins)
Melhor Edição de Som (Alan Robert Murray)
Melhor Trilha Sonora (Jóhann Jóhannsson)