Crítica | FestivalFestival do Rio

Aprendendo com a Vovó

(Grandma, EUA, 2015)
Nota  
  • Gênero: Comédia
  • Direção: Paul Weitz
  • Roteiro: Paul Weitz
  • Elenco: Lily Tomlin, Julia Garner, Marcia Gay Harden, Judy Greer, Laverne Cox, Elizabeth Peña, Nat Wolff, Sarah Burns, John Cho, Sam Elliott
  • Duração: 79 minutos

Ainda sofrendo pela morte da companheira de quase 40 anos, Elle Reid não consegue prosseguir com o recente relacionamento com Olívia, muitos anos mais jovem que ela. Se no amor, Elle está presa a um passado, o mesmo acontece com sua vida profissional e um passado de sucesso com a poesia que também abandonou. É revivendo mais uma vez esse passado que essa mulher encontra-se com um novo desafio e precisa sair de sua zona de conforto.

Quem provoca a mudança é sua neta adolescente Sage, que precisa de ajuda para interromper uma gravidez indesejada. A avó não tem poupança e se desfez de todos os cartões de crédito. Judy, filha de Elle e mãe de Sage, teria o dinheiro, mas não é uma opção. Com horário marcado para a intervenção, vó e neta saem pela cidade tentando arrumar o dinheiro.

Com um papel feito sob medida para ela, Lily Tomlin (Como Eliminar seu Chefe) apresenta um de seus melhores trabalhos. Com um timing de comédia muito particular e eficiente, ela também traz à tona toda a dor, ausências, inconstância e inadequação com a vida. Apesar de ser a dona absoluta de Aprendendo com a Vovó, ela está muito bem acompanhada por Julia Garner (Somos o que Somos), como a neta; Marcia Gay Harden (O Nevoeiro), como a filha difícil, e Judy Greer (Homens, Mulheres e Filhos), como a nova namorada. Apesar de ser a trama mais superficial e apelativa, Sam Elliott (Amor Sem Escalas) também está bem em sua pequena participação.

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Dentre as qualidades de Aprendendo com a Vovó também está o fato de se abster de julgamentos. No roteiro assinado pelo diretor Paul Weitz (Um Grande Garoto), não há nenhuma interferência nas escolhas feitas, mesmo que elas tratem um tema tão sensível como o aborto. São apenas eventos comuns, na vida de uma família de mulheres que precisam se reencontrar enquanto grupo e enquanto indivíduos.

Interessante.

Um Grande Momento:
A pequena protestante

[Festival do Rio 2015]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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