(The Forbidden Room, CAN, 2015)
Direção: Guy Maddin
Elenco: Roy Dupuis, Clara Furey, Louis Negin, Udo Kier, Gregory Hlady, Mathieu Amalric, Noel Burton, Geraldine Chaplin, Maria de Medeiros
Roteiro: Guy Maddin, Evan Johnson, Robert Kotyk, John Ashbery, Kim Morgan
Duração: 130 min.
Nota: 6
Quem se arrisca a assistir a um filme de Guy Maddin (Keyhole) já sabe que não vai encontrar uma tarefa fácil pela frente. Afeito a jogos visuais e tramas truncadas, o diretor canadense sempre parece estar querendo ir mais além com suas experiências, e em O Quarto Proibido atinge em cheio seu objetivo.
Frenético, o longa fala sobre o amor e todos os sentimentos que o circundam. Para contar sua história, mistura ambientes e personagens, perturbando o espectador que tenta acompanhar a trama por traz de um sem número de invenções visuais e sonoras.
Há a turma do submarino, os aprendizes de caçadores que se preparam para enfrentar a tribo dos Lobos Vermelhos em sua caverna, os frequentadores de uma espécie de casa de shows, o cirurgião famoso e por aí vai.
É nas inserções visuais, cheias de experimentações e ousadias, que Maddin parece alcançar o seu ápice criativo e atingir o público que se predispõe como cobaia. Manipulações, distorções, mudanças no tempo de cena, recortes e colagens estão presentes. Vale tudo para alterar aquilo que é tão velho e tão batido.
A montagem, cheia de apresentações de personagens e atores, também é extremamente frenética e não se preocupa muito com tamanho ou rumo de suas histórias para montar um todo. Valem cortes aleatórios, idas e vindas, e retomadas.
O elenco, que conta com nomes como Mathieu Amalric, Geraldine Chaplin e Maria de Medeiros, também se adequa ao caminho escolhido por Maddin. Com atuações exageradas e muito corporais, estão bem inseridos no tom da história.
No final das contas, O Quarto Proibido é uma daquelas experiências cinematográficas únicas. O flerte com a videoarte, que aqui mais se assemelha a um relacionamento sério, porém, é o principal problema. São muitos minutos de experimentação e não há como frear o cansaço provocado pelo longa.
Quem aguentar ficar até o final vai sair da sala bastante cansado com tudo que experimentar.
Um Grande Momento:
Cirurgia para o vício.
Links
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