(Ixcanul, GTM/FRA, 2015)
Direção: Jayro Bustamante
Elenco: María Mercedes Coroy, María Telón, Manuel Manuel Antún, Justo Lorenzo, Marvin Coroy
Roteiro: Jayro Bustamante
Duração: 93 min.
Nota: 8
Às margens de um dos vulcões da Guatemala, uma pequena comunidade sobrevive da colheita de café e milho. É lá que Maria, sua mãe e seu pai passam seus dias entre afazeres domésticos e o trabalho no campo.
Focando em Maria, Ixcanul explora o cotidiano daquele vilarejo, expondo a relação daquela população com o vulcão, tido por eles como uma espécie de deus, capaz de realizar pedidos, proteger a plantação e guardar a boa sorte daquelas pessoas.
Além de retratar uma realidade pouco conhecida, a contradição entre o levar aquela vida e conhecer novas realidades; a vontade das novas experiências tão comuns da pouca idade, e a crença cega no que é preceituado por uma tradição ancestral tornam o filme curioso.
Assim como o modo singelo com que Jayro Bustamante (Cuando sea grande) retrata a relação materna. A cumplicidade, o cuidado, a preocupação e os desejos de sucesso, que são facilmente identificáveis em qualquer lugar do mundo, são expostos de modo muito tenro e cativante.
Com um estilo apurado, que consegue, sem muitas invenções, trazer para a tela belas paisagens do vulcão, o filme chama a atenção por sua qualidade estética. Principalmente quando consideramos a pouca tradição do país de origem e a pouca experiência do diretor guatemalteco, que dirige aqui seu primeiro longa-metragem.
Outro trunfo do filme está na atuação de Maria Mercedes Coroy como a jovem Maria, que consegue transitar entre a inadequação ao lugar a que pertence e a vontade de conhecer novos mundos e uma vida diferente daquela que vive, lutando contra expectativas que dificilmente deixarão de se cumprir.
Curioso pela temática e surpreendente pela qualidade, Ixcanul é uma excelente surpresa.
Um Grande Momento:
A conversa durante o banho.
Links
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