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“Lula livre” presente na noite de premiação do 7º Olhar de Cinema

Aconteceu ontem (13), a cerimônia de premiação do 7º Olhar de Cinema. Em uma noite que começou emocionada ao destacar as dificuldades enfrentadas para a realização do festival neste ano e agradecimento nominal a todos da equipe, não faltaram posicionamentos políticos por parte daqueles que subiram ao palco. Os gritos e faixas de “Fora Lula” repetiam-se a cada agradecimento no palco montado na sala do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Crystal, ali na mesma cidade onde o ex-presidente encontra-se hoje preso.

O grande vencedor da noite foi o filme esloveno-croata Homens que Jogam, um híbrido que vai buscar na máxima “homem fazendo hômice” sua busca. Dirigido por Matjaž Ivanišin, o filme foi o escolhido pelo júri da Mostra Competitiva para receber o Prêmio Olhar de Melhor Filme Longa-Metragem. A Estranha História do Prince Dethmer, de Corto Vaclav e Hadrien La Vapeur, sobre o funeral de alguém que não teria morrido, foi o escolhido para o Prêmio Olhar de Melhor Filme Curta-Metragem. O prêmio de Contribuição Artística foi dado a Ben Russell, com seu filme Boa Sorte e o brasileiro Sol Alegria, de Tavinho e Mariah Teixeira, recebeu um prêmio especial do júri.

Antônio Junior, diretor do festival, em cerimônia de premiação

O longa paraibano, que teve a equipe no palco e vídeo enviado pelo diretor, foi apenas um dos filmes representantes do Nordeste premiados. As baianas Letícia Simões e Amaranta Cesar também subiram ao palco para receber os prêmios Olhares Brasil – Longa e Olhares Brasil – Curta, respectivamente. Letícia, que também ganhou um prêmio de distribuição oferecido pela Looke, falou da importância dos prêmios para seu filme O Chalé É uma Ilha Batida de Vento e Chuva e pediu, por duas vezes, pela libertação de Lula. Amaranta, ao agradecer pela premiação de Maré, aumentou o coro por Lula Livre e relembrou que foi graças ao ex-presidente que hoje existe a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

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Outro destaque, também de fora do batido eixo Rio-São Paulo, foi o longa-metragem goiano Fabiana, de Bruna Laboissière, que acompanha uma caminhoneira trans em sua última viagem antes da aposentadoria. O filme ganhou o Prêmio de Público. O vencedor do Prêmio da Crítica, concedido pela Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, foi o longa-metragem Ansiosa Tradução, da japonesa de ascendência filipina Shireen Seno.

A diretora Letícia Simões e o montador Eduardo Chatagnier sobem ao palco para receber o prêmio de distribuição da Looke das mãos Eduardo Raccah, com Antônio Junior

Confira a lista completa de premiados:

Prêmio Olhar de Melhor Filme
HOMENS QUE JOGAM (Playing Men), de Matjaž Ivanišin

Prêmio Especial do Júri
SOL ALEGRIA, de Tavinho Teixeira e Mariah Teixeira

Prêmio de Contribuição Artística
BOA SORTE (Good Luck), de Ben Russell

Prêmio Olhar de Melhor Filme Curta-Metragem
A ESTRANHA HISTÓRIA DO PRINCE DETHMER (L’étrange histoire de Prince Dethmer), de Corto Vaclav e Hadrien La Vapeur
*Menção Especial: ELES VÊM AÍ! (¡Allá Vienen!), de Ezequiel Reyes

Prêmio do Público
FABIANA, de Brunna Laboissière

Prêmio de Melhor Filme da mostra Novos Olhares
POR DETRÁS DAS CORTINAS (Derrière les Volets), de Messaline Raverdy

Prêmio de Melhor Filme da mostra Outros Olhares
NOSSA CASA (Watashitachi no ie), de Yui Kiyohara

Prêmio Olhares Brasil |Longa (Melhor longa-metragem brasileiro)
O CHALÉ É UMA ILHA BATIDA DE VENTO E CHUVA, de Letícia Simões

Prêmio Olhares Brasil | Curta (Melhor curta-metragem brasileiro)
MARÉ, de Amaranta Cesar
*Menção Especial: Estamos todos aqui, Chico Santos e Rafael Mellim

Prêmio da Crítica / Abraccine
ANSIOSA TRADUÇÃO (Nervous Translation), de Shireen Seno

Prêmio AVEC-PR (Melhor curta-metragem da mostra Mirada Paranaense)
ACIMA DA LEI, de Diego Florentino
*Menção Especial: Lui, de Denise Kelm

Prêmio Looke de distribuição
O CHALÉ É UMA ILHA BATIDA DE VENTO E CHUVA, de Letícia Simões

Fotos: Leticiah Futato

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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