Ação
Direção: Claudio Fäh
Elenco: Chad Michael Collins, Danay Garcia, Billy Zane, Tom Berenger, Joe Lando, Pedro José Pallares, Jaime Correa, Lucho Velasco, Felipe Calero, Juan Pablo Gamboa, Juan Sebastián Calero, Diana Hoyos
Roteiro: Michael Frost Beckner, Crash Leyland, Chris Hauty
Duração: 90 min.
Nota: 3
O Atirador: O Extermínio Final, não chegou aos cinemas brasileiros, mas teve sua estreia essa semana na Netflix e já atraiu as atenções. Talvez, pelo fato de estarmos todos recolhidos em uma quarentena voluntária, a procura por filmes de ação tenha crescido. Assim se vê algum movimento e sem ter que elaborar muito sobre aquilo que está sendo visto.
O filme, dirigido por Claudio Fäh (Beyond Valkyrie: Dawn of the 4th Reich), é uma espécie de conclusão da franquia do sniper, que começou lá em 1993 com Sniper, o Atirador, dirigido por Luis Llosa e protagonizado por Tom Berenger (A Origem). De qualidade superior, o filme falava sobre o atirador de elite Thomas Beckett, que voltaria em mais dois filmes, em 2002 e 2004, sempre com Berenger no papel principal. Quando Fäh assume a franquia, no quarto filme (que também está disponível na Netflix), a história se volta para Brandon Beckett, filho de Thomas.
Reverente à franquia, este quinto longa, porém, é muito menor do que sua pretensão. A trama é bastante comum em histórias de snipers e traz tudo aquilo que se espera: duelo de snipers numa história que não seja tão elaborada. Se isso o filme faz, qual seria então problema? A resposta é o jeito como ele se constrói até chegar à ação propriamente dita.
Com uma abertura para lá de estilizada, ao som da ária “Ebben? Ne andrò lontana”, da ópera La Wally, de Alfredo Catalani. Alternando entre duas preparações, o prólogo vai se contruindo em planos-detalhes até chegar à primeira gota de ação, alcançada pelo choque. Tirando os créditos, só isso já seria o suficiente para integrar fuzileiros ao caso, mas o roteirista Chris Hauty (Quebrando as Regras) achou que era necessário um suicídio de alguém desnecessário e esquecível e sem nenhuma ligação com a franquia para justificar isso. Além da empolgação de Fäh, que faz disso mais um motivo para uma tentativa de visual aprimorado, os diálogos de Hauty são terríveis.
A conversa entre Billy Zane (Titanic), esse sim um habitué da franquia interpretando Richard Miller, e Chad Michael Collins (Once Upon a Time), o Brandon Beckett pela segunda vez, é uma coisa que vai para lá de vergonhosa. “Você é parte de uma arma”, diz Miller. “Mas sou eu que puxo o gatilho”, responde Beckett. “As ordens puxam o gatilho”, arremata o superior antes de fazer a ligação com aquela primeira morte e recrutar o sniper para sua próxima missão.
O Atirador: O Extermínio Final segue assim todo irregular, querendo enfeitar a ação além da conta, mas não fazendo pouco caso dela. Mas é algo que incomoda, mesmo que emboscadas, tiros e duelos estejam exatamente onde deveriam, sendo inclusive antecipados de uma maneira que nunca foi um problema para o gênero.
Então, o que complica acaba não sendo a soma de todos esses fatores, mas o roteiro mesmo e seus diálogos horrorosos. A apresentação de Estrada (Danay Garcia, de Havana, Havana) é terrível, assim como todas as justificativas de relacionamento com ela, vide a ligação com Padre Carlos (Jaime Correa, de Os 33) ou o modo como as coisas vão se ajustando de uma hora para a outra, sem necessariamente fazer sentido. Lembra o suicídio do começo? Ele volta numa busca de internet para ser completamente esquecido em seguida.
Entre tantos desacertos e mais atuações para lá de canastronas, o filme consegue se estabelecer como eficiente escape passageiro por suas cenas de ação e pela espera por aqueles que seriam os encontros entre os dois atiradores de elite, um momento já clássico em tramas do tipo. Também é bom rever Berenger dando vida novamente a Thomas, depois de uma pausa na aposentadoria.
O Atirador: O Extermínio Final homenageia a franquia e a encerra, ou não, já que deixa o gancho para próximas missões de Estrada e Brandon Beckett, se despedindo daquele que lhe deu uma identificação de maneira respeitosa. Mas que poderia ser menos pretensioso e mais dedicado à ação, isso podia.
Um Grande Momento:
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