Falta de políticas públicas e fomento à cultura pelos governos municipal, estadual e federal, agravada com a pandemia Covid-19, fizeram com que a 20ª Goiânia Mostra Curtas fosse adiada para o ano que vem. A edição estava programada para começar amanhã (6).
Para a diretora da Goiânia Mostra Curtas (GMC), Maria Abdalla, a chegada da pandemia escancarou a paralisação e o desmonte que já vinha acontecendo, como a falta de editais no Estado de Goiás desde 2018 e a extinção do Ministério da Cultura, no âmbito federal, e de outras linhas de editais como do Fundo Nacional Setorial do Audiovisual (FSA).
“Tudo isso afetou diretamente a cadeia produtiva e o mercado do setor cultural. Alguns festivais estão acontecendo online porque já tinham fomentos garantidos, mas a perspectiva para 2021 não é das melhores. Para voltar às atividades de forma gradual, os governos já deveriam estar criando formas de retomar as produções para o próximo ano, o que não está ocorrendo”, salienta.
Segundo Abdalla, até o momento, não houve apoio das esferas pública, privada e terceiro setor. “Não só a sociedade perde com o desmonte da cultura, mas os estados, já que as produções deixam de gerar emprego e renda, impactando na economia. É preciso que o poder público abra editais para garantir a sobrevivência do setor e de seus profissionais”.
Perspectivas para 2021
A expectativa é que os 20 anos da Goiânia Mostra Curtas sejam comemorados em 2021, com o compromisso de manter a capital de Goiás no calendário dos eventos audiovisuais do país. Em um primeiro momento, de forma presencial, a depender da situação sanitária.
No ano passado, foram mais de mil inscritos de todas as regiões do País, 70 selecionados e 87 produções exibidas. Desde 2001, já reuniu cerca de 290 mil espectadores, exibiu mais de 2 mil filmes e realizou outras 200 atividades paralelas.