Crítica | Streaming e VoD

Yara

(Yara, ITA, 2021)
Nota  
  • Gênero: Drama
  • Direção: Marco Tullio Giordana
  • Roteiro: Graziano Diana, Giacomo Martelli
  • Elenco: Isabella Ragonese, Alessio Boni, Thomas Trabacchi, Sandra Toffolatti, Roberto Zibetti, Mario Pirrello, Miro Landoni, Andrea Bruschi, Augusto Zucchi, Rodolfo Corsato, Gloria Bellicchi, Silvia Cohen
  • Duração: 96 minutos

O caso Yara Gambirasio tornou-se muito famoso na Itália tanto por sua crueldade como pelo modo como o homicídio da jovem de 13 anos foi solucionado. A busca pelo assassino, fez com que um fossem coletados milhares de amostras de DNA para testar a compatibilidade com os vestígios encontrados nas roupas íntimas da vítima, que sofreu tentativa de estupro, e o assassino foi encontrado após um complexo cruzamento de dados.

Toda a história é contada no longa que leva o nome da menina e está disponível na Netflix. Dirigido por Marco Tulio Giordara (O Melhor da Juventude), com formato tradicional e nada ousado, o filme se foca na figura de Letizia Ruggeri, promotora de Bérgamo e responsável pela investigação do crime e denúncia do assassino, Massimo Bossetti. Yara, percorre todo o envolvimento de Ruggeri com o caso, desde o desaparecimento da menina, quando é chamada para assumir a função, até o desfecho do primeiro julgamento em primeira instância.

Embora a atriz Isabella Ragonese se dedique na composição da personagem, o filme não consegue se aprofundar e nem se diferenciar da grande quantidade de produções rasteiras de investigação e suspense produzida para consumo rápido. As poucas tentativas de inovação e inventividade, soam deslocadas e até meio ingênuas. Pior do que isso, Giodara não consegue nem mesmo aproveitar o molde para o desenvolvimento do longa, e tem um roteiro truncado e pouco envolvente. 

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Yara-2021
Divulgação

Tudo está ali, mas nada tem a força necessária. A investigação é superficial, a busca segue no automático e toda a parte do julgamento – o que há de melhor em Yara – nunca ultrapassa o básico. Entre essas três fases, segue criando muitos caminhos e demonstra a má escolha com a necessidade de estar sempre se explicando para fazer sentido. Assim, o que realmente sustenta o filme é o caso real por trás dele e suas reviravoltas legais, mesmo que isso só esteja salpicado em tela. 

A terrível história de Yara Gambirasio e o desfecho de seu assassinato, assim como o trabalho de Letizia Ruggeri, com certeza, poderiam render um filme melhor, bastava traçar uma linha para conduzir a narrativa, mais dedicação, inventividade, e controle. No final das contas, resta só mais um daqueles filmes que a gente vai assistindo, mas não pela obra em si.

Um grande momento
Nada tanto assim

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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