- Gênero: Comédia
- Direção: Raúl Martínez
- Roteiro: Eduardo Donjuan, Pedro González
- Elenco: Héctor Bonilla, Angélica María, Jacqueline Bracamontes, Juan Pablo de Santiago, Yulian Diaz, Tina French, Benny Ibarra
- Duração: 87 minutos
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Dentro do catálogo variado de filmes de Natal, temos também títulos que vêm de várias partes do mundo. E a Netflix traz para seus assinantes o mexicano Natal, mas Pouco. Do nome brasileiro que poderia ser acrescido com a palavra “original”, pelo roteiro já requentado algumas vezes, se há alguma novidade nessa produção que mais uma vez trata do encontro de duas famílias e do confronto entre rivais é o fato de unir questões de gênero e idade, conjuntamente.
O grande duelo se dá entre Servando e Alícia, que se conhecem quando a família dele vai passar o período das festas na casa de praia da tia de sua nora, Alma. Continuação da comédia também dirigida por Raúl Matínez, Padre no tan padre, o longa já mostra um protagonista adequado à realidade que encontrou no primeiro filme, quando foi expulso do asilo. Sua única preocupação agora é ocupar o lugar de macho alfa. Algo que Alícia, a dona do local, não vai deixar.
Nada do que se verá a seguir é inesperado, desde os conflitos cotidianos, aqueles presentes em obras de reuniões de família, até as mais específicas discussões de Natal, com presépio, árvore, presentes e por aí vai. A briga dos dois, com joguinhos de gato e rato sempre vistos em filmes com esse tema, também não fica de lado e tudo isso vem costurando uma trama que não disfarça onde quer chegar.
Héctor Bonilla e Angélica María vivem os dois personagens principais. Nomes conhecidos da televisão mexicana, eles parecem se divertir com o que estão fazendo, assim como todos os seus companheiros de elenco, mas são tantos personagens, em tantas situações, que é difícil ao público ter tempo para aproveitar essa diversão. Muita coisa está deslocada e soa descabida, principalmente para aqueles que não têm intimidade com os personagens herdados do filme anterior. Natal, mas Pouco só consegue se equilibrar quando se concentra em situações específicas, mas revela outras fraquezas e a maior delas talvez seja o medo de distanciar-se demais do humor.
Contrariando seu título, Natal, mas Pouco é um filme que aposta no muito sem se preocupar em dar tempo para que esse muito se concretize, o que o deixa cansativo. O fato de não inovar ou surpreender no roteiro e na direção também não ajuda e é difícil chegar até o final. Mesmo que venha de fora e traga algumas novidades de abordagem, elas são tão ínfimas que se perdem logo nos primeiros minutos. E se a ideia de trazer uma mulher para a disputa principal era contextualizar, bastou uma conversa dos homens do longa no bar para mostrar que eles não entenderam nada.
Um grande momento
Papai Noel não vem