Crítica | Festival

A Besta Pop

(A Besta Pop, BRA, 2018)
Ficção Científica
Direção: Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues, Rafael B. Silva
Elenco: Leoci Medeiros, Rafaela Cândido, Rhero Lopes
Roteiro: Rafael B. SIlva
Duração: 70 min.
Nota: 2 ★★☆☆☆☆☆☆☆☆

Entre os significados de besta estão um ser não muito esperto, o demônio e uma arma. Todos cabem no filme dirigido a seis mãos por Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B. Silva, um evento disforme que congrega o over e o capenguismo de forma quase que inenarrável. Imbuído da potência universitária de seus iniciantes realizadores, o longa-metragem é o jovem em forma de cinema, trazendo nele todas as características positivas e negativas geralmente atreladas a essa faixa etária.

Em princípio, parece que a história será contada por uma arrogante projeto de documentarista determinada a testemunhar o fim do mundo, mas coerência narrativa realmente não está entre as prioridades dos realizadores, sendo a conexão e o norte comum dos personagens principais – a cineasta chata, o telefonista antiprofissional, o engomadinho atormentado, os estudantes e o garoto de programa – a tal balada secreta chamada A Besta Pop.

Até que ocorrem acontecimentos relevantes na festa, mas por ser tão importante para os personagens e pelo tamanho da expectativa construída era de se esperar mais do clímax do filme, que inclusive se estende em termos de duração, com muitos tempos mortos e distante de transmitir a intensidade sugerida ou mesmo qualquer ousadia.

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Maior do que a frustração dessa promessa jamais cumprida, no entanto, é pensar o quanto A Besta Pop poderia ser bem mais divertido intencionalmente se tivesse encontrado um tom ao invés de oscilar a cada sequência entre a seriedade improvável e o escracho. A energia investida na mistura (sem liga) de referências audiovisuais, reflexo do Brasil hoje, indício da piora de amanhã, videografismo e ideias amalucadas é praticamente palpável, apesar de tudo – e da falta de muita coisa –, mas gana não é poção milagrosa capaz de transformar essa massa urgente modelada de forma tão desengonçada quanto o locomover da Samara fantasiada de Cats que estrela as alucinações de um dos personagens.

Um Grande Momento:
“Vocês têm preconceito com hippie?”

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[III Mostra Sesc de Cinema]

Taiani Mendes

Crítica de cinema, escritora, poeta de quinta, roteirista e estudante de História da Arte. Também é carioca, tricolor e muito viciada em filmes e algumas séries dos anos 90/00.
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