(The Crazies, EUA/ARE, 2010)
Direção: Breck Eisner
Elenco: Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker, Christie Lynn Smith, Brett Rickaby
Roteiro: George A. Romero (roteiro de O Exército do Extermínio), Scott Kosar, Ray Wright
Duração: 101 min.
Nota: 7
Entre tantas refilmagens frustrantes que surgem por aí, principalmente no mundo do terror, algumas conseguem seguir um caminho diferente do preguiçoso e do dinheiro fácil pelo uso de algum nome prestigiado.
A Epidemia, refilmagem do clássico O Exército do Extermínio, de 1973, dirigido pelo mestre dos filmes de zumbis George Romero, é um desses exemplos.
Mesmo com toda a semelhança e ainda que não goze de uma justificativa tão boa para o enredo como o original, lançado em meio à guerra do Vietnã, a refilmagem trabalha bem os momentos de tensão e cria uma alternância eficiente entre o pacato e o assustador.
A história é a da cidadezinha Ogden Marsh, no Iowa. Com poucos habitantes e uma cultura agrária, é daqueles lugares em que tudo parece sempre levar mais tempo para acontecer, sem grandes sustos ou novidades. Mas só até quando os cidadãos começam a apresentar sintomas de ausência e agressividade.
As mudanças de comportamento são ocasionadas por um vírus, transmitido pela água do rio que abastece a cidade. Com o contágio elevado, os não contaminados, capitaneados pelo xerife do local, David, tentam sobreviver.
A estrutura é a mesma de tantos outros filmes de zumbis, com explicações demais e facilidades inocentes. Mas, se isso pode irritar, do lado positivo é possível perceber na tela aquilo que Romero sempre trabalhou em seus títulos: a relação dos zumbis e/ou epidemias com a sociedade.
As leituras podem ser feitas no contraste entre a cidade, que parece viver em uma época diferente e com um tempo próprio, e as parafernálias tecnológicas e táticas frenéticas do exército; na semelhante violência e desumanidade daqueles que atacam e dos que “defendem” e, principalmente, no medo e na consequente confusão de percepção quando o mundo inteiro parece contaminado.
Coisas do cinema de Romero que Breck Eisner conseguiu apreender e transmitir (ainda que muito fiel ao roteiro original e supervisionado de perto pelo cultuado diretor). O resultado, ainda que inferior ao original – seria de qualquer jeito – consegue surpreender os que não tinham boas expectativas para a adaptação.
A trilha sonora merece destaque, assim como a construção visual e a fotografia de Maxime Alexandre, um já especialista em filmes do gênero.
Ainda que tenha qualidades, o filme tem defeitos. O fato de ser uma refilmagem não ajuda muito o público mais exigente e fã da obra de Romero, assim como a falta de uma motivação mais clara, como uma guerra, também pode desagradar. A irregularidade das atuações e soluções fáceis no roteiro também são negativas.
Mas é um filme que diverte e, embora não seja original, consegue ser um exemplar de histórias de zumbis bem contadas e envolventes.
Um Grande momento
Lava-rápido.
Links
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=nN5eh9K-Alc[/youtube]
De certa forma esse filme foi uma boa surpresa para mim, em especial por não esperar grande coisa desse gênero (ainda mais por se tratar de um remake), mas ainda assim fica aquela sensação de que faltou algo – no estilo, “Madrugada dos Mortos” me assustou bem mais.
Vou assistir hoje! Fico feliz que o filme seja bom, tava meio com um pé atrás