Documentário, Comédia
Criador:
Temporada: 1-
Elenco: Latif Nasser, Christopher Heckscher, Emma Baxter
Duração média: 45 min.
Canal Netflix
Duas coisas importantes que proponho humildemente: Caetano Veloso e Ciência. Sobe o som:
O universo é feito de átomos, que por sua vez é constituído por partículas que se ligam por uma energia lógica. Somos um grande aglomerado de informação em constante troca de energia com tudo que existe (não é super legal pensar nisso?). A minissérie A Era dos Dados, da Netflix, traz diferentes (e muitas vezes surpreendentes) formas e jeitos que as coisas se relacionam, de uma forma divertida e indicada para toda a família.
Eu sou a chuva que lança a areia do Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
Água e folha da Amazônia
A cada episódio um tema que vem à luz e nos é apresentado de uma forma esmiuçada, trazendo os primeiros cientistas a buscarem o assunto original, os elementos naturais mais incríveis que apresentam um comportamento correlacionado e as pesquisas e descobertas que trouxeram aplicações práticas ou conclusões de consequências terríveis.
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega, você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não
Uma das melhores coisas de A Era dos Dados é seu apresentador, o jornalista Latif Nasser. Além de carismático e divertido, traz um tom didático e jovial que nos faz querer ficar acompanhando o que ele está descobrindo para sempre. As partes que ele se submete a aventuras de experiências também garantem boas risadas, além de quando ele (junto com a gente) tem aquele momento de grande sacação.
Algumas coisas são tão surpreendentes, mas ao mesmo tempo tem tanta lógica que dá uma bugada na cabeça. Como por exemplo, a lei de Benford (padrão estatístico que se aplica em tudo no mundo, TU-DO), e os pássaros migratórios que conseguem prever desastres naturais de forma preditiva.
Eu sou o preto norte-americano forte
Com um brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música a mais velha
Mais nova espada e seu corte
Para andar de bicicleta precisamos antes perder o medo de cair, depois disso precisamos cair, aprender a cair, para assim, seguir em frente. Viver uma cultura de medo de errar ou de negar fatos e descobertas inviabiliza evoluir. Para fazer ciência é preciso pôr à prova, se permitir errar, abolir certezas, se abrir para diversidade e inovação sem ignorar a sabedoria.
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá, Gogóia
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo
Se abra para a sede de conhecimento e se questione, não achate seu mundo nem estreite suas possibilidades. Pode ser que a curto prazo faltem opções ou explicações, e isso pode causar um pouco de ansiedade, mas seja firme para continuar . E que nossa senhora dos dados nos permita caetanear e sermos recôncavos e reconvexos.
O Melhor Episódio
T01E04 – Dígitos