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A Hospedeira

(The Host, EUA, 2013)

Ação
Direção: Andrew Niccol
Elenco: Saoirse Ronan, Diane Kruger, Chandler Canterbury, J.D. Evermore, Max Irons, William Hurt, Boyd Holbrook, Jake Abel, Frances Fisher, Lee Hardee
Roteiro: Stephenie Meyer (romance), Andrew Niccol
Duração: 125 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Receitas para o sucesso não faltam e Stephenie Meyer desenvolveu a sua própria para tornar literatura de qualidade questionável atrativa para jovens meninas mundo afora: pequenas manipulações como triângulos amorosos, nada de sexo (ou o mínimo possível) e coisas do gênero estão sempre escondidas entre uma situação e outra. Vide a autodenominada saga que a tornou uma escritora famosa e rica, onde uma menina tentava se controlar enquanto decidia entre o vampiro consciente e brilhante que queria casar antes de fazer sexo e um lobisomem que não gostava de camisetas.

As coisas mudam um pouco em A Hospedeira, mas são indiscutivelmente mais divertidas. A jovem Melanie não convive propriamente com seres encantados por maldições ou mordidas, mas com extraterrestres que após a invasão da Terra resolveram tomar posse do corpo dos nativos. Ela é capturada e seu corpo passa a ser habitado por um dos seres alienígenas. Rebelde e forte, ela resiste à dominação corporal e começa a dividir o espaço com a outra criatura.

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O corpo das duas pessoas volta para resgatar o seu irmão e acaba tendo que conviver com outras pessoas da resistência humana. O fato de ser o corpo da sobrinha do líder ajuda a sua permanência nos primeiros dias, mas seus olhos de corpo hospedado não causam muita simpatia entre seus companheiros de esconderijo.

Só pelo flerte com a ficção científica e com um futuro alternativo, o filme já merece mais respeito do que qualquer um dos outros filmes baseados na obra da escritora. A ideia não é de toda ruim também, mas há problemas que nem toda a maquiagem ou parafernália prateada são capazes de esconder: o desenvolvimento da história é fraco, os personagens não são suficientemente elaborados e falta um quê de ousadia.

Ainda que seja divertido por alguns momentos ver a disputa por espaço e comando de Wanda e Melanie e os problemas sentimentais decorrentes de um corpo habitado por duas almas com desejos diferentes, há um exagero de situações que, sem aprofundamento, soam ingênuas e mal aproveitadas. Além disso, há deslizes na construção dos vilões e na solução dos conflitos.

Um quê de cafona pode até deixar o visual filme interessante, mas não resiste a uma análise mais demorada. Não se poupam exageros na construção visual da nova terra, com locações grandiosas, muito brilho e uma determinação de cores completamente maniqueísta. Exageros na trilha sonora também estão lá, assim como uma irregularidade gritante entre as atuações. Enquanto William Hurt parece se divertir e é o melhor em cena, sem dúvidas, Saoirse Ronan não compromete como a jovem dividida e Diane Kruger não consegue dizer a que veio.

Melhor do que qualquer Crepúsculo e mais divertido para quem o assiste, A Hospedeira não é um filme para ser levado a sério. Alguns vão comprar a ideia e se divertir, o difícil é superar a manipulação fácil das situações que Meyer insiste em usar.

Um Grande Momento:
Beijando Jared.

A-Hospedeira

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DEWUQGG_uxE[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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