(Pieta, KOR, 2012)
Direção: Kim Ki-duk
Elenco: Jo Min-soo, Eunjin Kang, Kim Jae-rok, Lee Jeong-jin
Roteiro: Kim Ki-duk
Duração: 104 min.
Nota: 3
Pieta é um equívoco. Não por sua história ou o retrato que tenta fazer do capitalismo selvagem e do ilimitado amor materno, mas pela maneira perdida e desconjuntada com que seu diretor resolve levar isso às telas.
Se para uns Kim Ki-duk é prolixo e exagerado, para outros ele é perfeito na ilustração da vida. Apegado à religiosidade, em suas transfigurações aborda o sagrado e o humano, aquilo que não se pode compreender e o que está em qualquer lugar. Algumas vezes funciona, como em Primavera, Verão, Outono, Inverno… Primavera, outras não chega nem perto disso.
Em Pieta vemos a história do cobrador Gang-do. Desprovido de qualquer amor ou humanidade, ele descobriu no seguro por invalidez um meio de sempre receber o dinheiro devido por trabalhadores individuais. Com requintes de crueldade, ele sai pela cidade aleijando pessoas e recolhendo apólices. A vida do homem muda quando surge uma mulher que começa a persegui-lo e se revela sua mãe. Arrependida com os anos de abandono, ela tenta a reaproximação a qualquer custo.
Inverossímil pelo maniqueísmo exacerbado e pela constante tentativa de chocar quem o assiste, Pieta pode até causar o desconforto que Ki-duk ansiava, mas por motivos completamente diferentes. Ainda que tente encontrar motivos e motivações para a mudança radical de comportamento do seu protagonista, ou para as reações dúbias da personagem feminina, tudo é artificial e sintético.
Mas o roteiro problemático não é o único problema do longa-metragem. Ele ainda sofre com uma fotografia inconsistente que, mal elaborada e pessimamente executada, chega a chocar o espectador com o resultado final. Com cara de filme de fim de curso, sobram opções óbvias de movimentos de câmeras, enquadramentos equivocados e uma falta de habilidade primária com o zoom.
Em meio ao caos, a única coisa que se salva é a atuação de Jo Min-soo como a mãe que alterna momentos contidos com arroubos de violência e alguma doçura. No mais, Pieta é só exagero, ego e um bom exemplo de como fazer um mau cinema.
Um Grande Momento:
Não há.
Links
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