- Gênero: Ação
- Direção: Jaume Collet-Serra
- Roteiro: Adam Sztykiel, Rory Haines, Sohrab Noshirvani
- Elenco: Dwayne Johnson, Sarah Shahi, Viola Davis, Pierce Brosnan, Noah Centineo, Aldis Hodge, Quintessa Swindell
- Duração: 124 minutos
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É impressionante como a DC Comics tem dificuldade para fazer filmes que convençam. Não tem Jaume Collet-Serra ou Dwayne Johnson que dê jeito. Adão Negro, o novo filme da gigante dos quadrinhos, é mais uma de suas tentativas fracassadas. E olha que as coisas poderiam ter saído diferente depois do acerto relativo de Shazam, herói do mesmo universo, e da riqueza do material a ser trabalhado, já que a trama busca a origem alternativa do vilão na cidade de Kahndaq, a revolta contra o sistema escravista e a dádiva dada pelos os deuses egípcios, mas nada funciona como deveria.
Com uma produção contaminada pelo exagero, onde se encontram aquelas marcas cansativas que Zack Snyder deixou no cinema de vender boneco, em especial no produtos DC, e a breguice de Collet-Serra quando se encontra com o dourado, o longa tem dificuldade para envolver. Tudo, seja no passado ou no presente, é cafona e, no lugar da trama, são os defeitos – o sotaque indevido, o diálogo sem sentido, os flashbacks desnecessários e o CGI tosco – que chamam a atenção.

É uma pena. Teth-Adam, o Adão Negro, é um dos grandes vilões da editora estadunidense. Primeiro campeão do Mago Shazam, seus poderem advém das divindades egípcias Shu, Horus, Amon, Zehuti, Antônio, Mehen e há toda uma história de invencibilidade e contradição moral a ser explorada. O longa até tenta encontrar isso, muitas e muitas vezes em ações repetidas e diálogos óbvios com heróis-padrão, como o chatíssimo Gavião Negro, mas causando um efeito muito mais de afastamento do que de interesse.
Aliás, como é normal no cinema DC, há essa dificuldade muito grande no equilíbrio entre a fantasia e a humanização, entre o contexto e a alegoria. Aqui, o roteiro está a cargo de Adam Sztykiel, de Scooby e Rampage e da dupla Rory Raines e Sohrab Noshirvani, de O Mauritano. A intenção é óbvia: há uma vontade de falar sobre a questão social, o modo como o presente de Kahndaq é afetado por sua história e daqueles que se sacrificam pela mudança, porém, tudo está picotado junto com as relações de amizade entre Gavião e Doutor Destino, e o romance pueril entre Ciclone e Atom-Smasher. E como é difícil fazer com que as tramas da família da rebelde Adrianna se conectem com a da Sociedade da Justiça.

Collet-Serra não sabe se olha para os personagens ou para a ação, as coisas se perdem no tempo e não há uma lógica naquilo que se acompanha. Assim, o que sobra são conflitos esvaziados e uma estética que só não é igualmente vazia porque o rapaz é afeito a exageros. Ele se faz com cada transformação da jovem Maxine Hunkel, com as mirabolantes ilusões de ótica de Kent Nelson e todo aquele ouro, mas nada que consiga reverter o cansaço causado pela desconexão com o filme, nem mesmo naqueles que dizem que o conteúdo às vezes pode ser menos importante do que a forma.
Assim, chegar ao fim de Adão Negro é muito mais penoso do que divertido, mesmo sendo esse o filme de um vilão, ou, vamos dizer aqui, um anti-herói cheio de potencial, e mesmo estando diante de uma das figuras mais carismáticas do cinema mainstreaming da atualidade. Meu amigo, sem nem o The Rock ajuda a DC, não sei o que mais ela pode fazer.
Um grande momento
“Ele não sobreviveu”
Assino embaixo sua critica. Filme fraco e, como sempre, DCpcionante. A falta de coragem que o Rock tem de viver um vilão, apesar de seu carisma, o impede de expandir sua carreira como ator.