Aspirantes

(Aspirantes, BRA, 2015)

Drama
Direção: Ives Rosenfeld
Elenco: Ariclenes Barroso, Sergio Malheiros, Julia Bernat, Julio Adrião, Karine Teles, Guti Fraga, Aury Porto
Roteiro: Ives Rosenfeld, Pedro Freire
Duração: 71 min.
Nota: 6

Em seu primeiro longa-metragem como diretor, o técnico de som Ives Rosenfeld conta uma história que é a de muitos jovens por esse país afora: o sonho de se tornar jogador profissional de futebol.

Esta é a ambição de Júnior, que vira a noite trabalhando para conseguir algum dinheiro e passa as tardes treinando no time amador da cidade de Saquarema, o Bacaxa A. C. Morando de favor na casa de um tio, Júnior descobre que sua namorada está grávida e que seu melhor amigo e companheiro de campo assinou um contrato com um time profissional.

Aspirantes fala de sentimentos como frustração e inveja. O clima pesado toma conta de Júnior, bem vivido por Ariclenes Barroso (Tatuagem), em sua postura corporal e silêncios prolongados. Longos planos estáticos fazem com que a sensação perdure e criam um suspense, como se uma bomba fosse estourar a qualquer momento.

Para aliviar a tensão, a figura interessante de Sandra, vivida por Karine Teles (Que Horas Ela Volta?), a sogra que parece muito à vontade com a gravidez da filha, com quem tem uma relação bastante aberta e pra frente, mas que também chega ao seu limite, fazendo ela o que esperamos do outro. Como, talvez, se a maturidade fizesse explodir antes de fazer uma besteira.

Porém, há um certo preciosismo na construção dos quadros, como se o ser bonito fosse mais importante do que o ser relevante à história. Essa tentativa constante de impressionar visualmente cansa e quase transforma o filme em mais um exemplar de exercício estético, desses que pouco duram na lembrança.

Mas a história, com o conjunto de boas atuações, consegue superar o problema e fazer de Aspirantes um filme interessante sobre os limites humanos quando sentimentos negativos dominam a alma e corrompem a ética e o discernimento.

Um Grande Momento:
O estouro de Sandra.