Bauhaus

Muito além de um estilo que prioriza a funcionalidade com a arte, Bauhaus foi uma escola vanguardista em direitos igualitários entre gêneros e origens, além de revolucionária ao despertar uma nova apropriação da cultura e das vozes da rua. A minissérie homônima disponível na HBO Max conta a história de um oásis inovador imerso em um período tão horripilante.

 Criada em 1919 em Weimar, Alemanha, por Walter Gropius (August Diehl) para unir diferentes artes (pintura, escultura, tecelagem e arquitetura, por exemplo) com tecnologia promovendo a valorização da máquina e da produção industrial, a escola abrigava estudantes brilhantes e atraía célebres artistas para compor o corpo docente.

Mas a série Bauhaus, não mostra apenas o lado glamouroso de tudo isso, como uma protagonista forte, carismática e absolutamente à frente inclusive de nossos tempos, Dörte Helm (Anna Maria Muhe) é resgatada como a aluna heroína quase como um pedido de desculpas.

Com obras de arte e expressões artísticas e uma série de personagens intrigantes, Gropius é o narrador desse momento tão particular, seja pelo clima de repressão crescente, seja por sua postura libertária diante da ode ao terror que se aproximava. E o fato da narração ser coberta por sentimentos profundos e genuínos que extrapolam memórias, dá o charme no ritmo.

Funcional, simples e racional, a escola Bauhaus apresentada na trama, traz a intensidade com que se vivia o conceito de menos é mais e da redução ao essencial. A partir desse sólido movimento temos hoje produtos mais performáticos que priorizam a função e a utilização, uma revolução em vários sentidos e esferas da vida a partir do estético.

Para torcer, se emocionar e aprender com pessoas tão marcantes em um momento tão conturbado e sensível. Uma série que mostra o quanto guerras destroem civilizações, e como o extremismo reacionário sequestra futuros e vidas, destruindo sonhos e realizações. 

Melhor Episódio
T01E06 – The Ending in Weimar

Série em Cenas

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