- Gênero: Ficção
- Direção: Alice Winslow
- Roteiro: Alice Winslow
- Elenco: Alice Winslow
- Duração: 6 minutos
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Assitir a #BlueBoar nos dias de hoje é engraçado. O isolamento e a comunicação por telas muda o conceito estabelecido para as redes sociais. Da generalização do contato e da exposição em outros tipos de mídias. É uma percepção que surge com o curta de Alice Winslow, mas o filme vai além disso. Sozinho, ele traz temas, discute contextos e constrói sua realidade.
A primeira coisa que se destaca na tela é a incongruência. Na Salem de 1693, auge da caça às bruxas, Sarah Winsley é uma celebridade da web. Em seu canal conversa com suas seguidoras, dando dicas de culinária, preces ideias e dá as últimas notícias sobre enforcamentos no local. Em seu monólogo, Winslow, que dirige, roteiriza e protagoniza o filme, faz uma mistura interessante de épocas.
#BlueBoar tem certeza que menos é mais e aproveita a linguagem do aplicativo destacado para se realizar basicamente em um espaço. Alterações e o dinamismo vêm com a atuação, por vezes exagerada, e inserções divertidas e prontamente identificáveis. O texto também é bom em sua transformação de passado e presente, em seu trabalho imaginativo de uma história que jamais aconteceria.
Em tela, o desconhecer-se, as incertezas e a influência da imagem exterior. Sarah quer manter longe aquilo que quer experimentar, quer ao mesmo tempo viver e não viver uma outra liberdade. Quando conta a história que dá nome ao curta, de uma mulher que supostamente transformava-se em um javali azul (história realmente documentada nos julgamentos de Salem), se deixa ir, mas volta atrás.
De um jeito ou de outro, Sarah é uma prisioneira do padrão, uma mulher que está seguindo aquilo que dela se espera, mas que se sente tentada a ter outra vida. Tentação que mandou, naquele lugar e tempo, mais de 200 pessoas a julgamento e matou dezenas de mulheres. Sabemos que Salem não está tão longe e é isso que fica de #BlueBoar.
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Um grande momento
Mary Bradbury é uma bruxa!