(Cake, EUA, 2014)
Direção: Daniel Barnz
Elenco: Jennifer Aniston, Adriana Barraza, Anna Kendrick, Sam Worthington, Mamie Gummer, Felicity Huffman, William H. Macy
Roteiro: Patrick Tobin
Duração: 102 min.
Nota: 5
Logo nos primeiros momentos de Cake: Uma Razão para Viver, o espectador percebe que a jornada que acompanhará não será das mais fáceis. A ainda iluminada e colorida sessão no grupo de apoio traz a depressão no tema da discussão: os sentimentos de cada um com o recente suicídio de uma das participantes. Ao deixar o lugar, a mesma depressão e desesperança seguem com Claire Bennett, a protagonista da história.
O escuro, a ausência de cor e a trilha sonora triste dão o tom dos dias daquela mulher. E é justamente na escolha pelo não óbvio que o diretor Daniel Barnz acerta. Claire é uma mulher dura, que não tem mais muitos motivos para seguir. Ela tenta se livrar da dor física quase insuportável, que sente em todos os momentos, com o uso indiscriminado de fortes medicamentos, e esconde atrás de uma casca dura e pouco acessível alguma coisa que devastou sua vida.
Ao lado dela, está apenas Silvana, a antiga empregada. Com uma relação claramente estipulada pela pena causada por algum acontecimento que não é esclarecido com facilidade pelo roteiro, ela tenta cuidar da patroa e fazer com que ela recupere, de alguma forma, a vontade de viver.
O espectador é apresentado à trama pelo modo como Claire decide encarar sua vida e apresentá-la às pessoas com quem convive, fugindo das consequências, escondendo os sentimentos e tentando cada vez mais isolar-se do mundo exterior.
Se a abordagem é interessante, falta ao filme a coragem para prosseguir com ela por mais tempo. Algumas facilidades, como a presença da personagem Nina Collins, diminuem o texto e demonstram que ele não saberia como prosseguir sem apelar. A dedicação com que Barnz se dedica a esse tipo aparição e às fáceis estruturas acabam frustrando aqueles que esperavam algo mais do filme.
Depois de um tempo, Cake rende-se ao caminho usual e vira apenas mais um drama previsível e pouco duradouro. Que aposta no surgimento de novos personagens para dar andamento a sua trama e, pior, para elucidar o suspense que a compõe.
As atuações de Jennifer Aniston e Adriana Bazarra estão entre as boas coisas do filme. A atriz que surgiu com a Rachel Green do Friends e ganhou notoriedade depois de casar-se com Brad Pitt, vem há tempos tentando provar sua capacidade interpretativa e é em Cake: Uma Razão para Viver, com Claire, que ela consegue chegar mais longe. Embora ainda falte alguma estrada para seguir.
Um começo audacioso, boas atuações e uma história que consegue fluir sem tantas dificuldades, mas que poderia ter sido muito melhor do que foi no final das contas.
Um Grande Momento:
Tentando mudar.
Links
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