Crítica | FestivalMostra SP

Sob Nuvens Elétricas

(Pod Elektricheskimi Oblakami, RUS/UCR/POL, 2015)

Ficção Científica
Direção: Aleksey German Jr.
Elenco: Louis Franck, Merab Ninidze, Viktoriya Korotkova, Chulpan Khamatova, Viktor Bugakov
Roteiro: Aleksey German Jr.
Duração: 137 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Sob Nuvens Elétricas é um daqueles filmes que dividem o público. Enquanto alguns adoram o que veem, outros entediam-se, e outros ainda detestam e não conseguem nem mesmo chegar ao final da projeção.

O longa-metragem russo, dirigido por Aleksey German Jr., fala sobre um futuro próximo. Lembrando as modificações sofridas pela ex-União Soviética e destacando defeitos adquiridos pelos novos estilos de vida, constrói uma realidade distópica e desesperançosa.

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Para contar sua história German Jr. divide seu filme em sete capítulos. Visualmente impressionante e cheio de vigor, o primeiro capítulo consegue despertar a atenção do público, que vai assistindo impressionado toda a composição de sua história em luzes e cores.

Porém, todo o deleite visual causado pela inventividade vai perdendo sua força nos capítulos seguintes. O apuro com a direção de arte vai começando a incomodar por sua precisão excessiva, até mesmo nos momentos mais simples, e o discurso vai tornando-se fraco e pouco interessante.

Ao chegar ao quarto capítulo, o mais longo e desinteressante de todos, a atenção já está comprometida e é preciso esforçar-se para seguir com o filme, que parece ter se distanciado tanto, que nunca mais será alcançado novamente.

Os problemas e distrações, porém, vão diminuindo após o sexto e penúltimo capítulo do longa, onde a arte ainda incomoda, mas o que se diz volta a despertar alguma atenção e a fazer sentido. A sensação de readequação segue até o interessante final.

Com um discurso interessante, que aborda temas atuais como o mau uso da tecnologia, xenofobia, drogas, corrupção e outros, Sob Nuvens Elétricas talvez precise de menos experimentações sensoriais e mais experimentações narrativas para funcionar.

Mas não deixa de ser um filme curioso, principalmente pelas reações diferentes que tem despertado. Estar descansado para assistir pode fazer toda a diferença.

Um Grande Momento:
A primeira cena.

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=YSUIFZybKSM[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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