(Desde allá, VEN/MEX, 2015)
Direção: Lorenzo Vigas
Elenco: Alfredo Castro, Luis Silva, Jericó Montilla, Catherina Cardozo, Jorge Luis Bosque
Roteiro: Lorenzo Vigas, Guillermo Arriaga
Duração: 93 min.
Nota: 7
Nas mãos de um bom diretor, o tempo de uma cena e o ritmo de uma sequência são capazes de causar uma tensão inacreditável, mesmo que pouco se altere o que acontece na tela, que nada de novo aconteça ou que poucos recursos externos sejam utilizados. Desde Allá é um exemplo de boa manipulação desses dois recursos.
Primeiro longa-metragem do diretor venezuelano Lorenzo Vigas (Os Elefantes Nunca Esquecem), o filme conta a história de Armando, um protético que tem problemas com seu passado e nas horas vagas procura jovens para satisfazer seus desejos sexuais. Nas ruas, oferece uma grande quantia de dinheiro e os leva para sua casa.
Um desses jovens é o descontrolado e violento Elder. Sem medo das consequências dos seus atos, Elder causa uma estranha reação em Armando depois de agredi-lo e roubar seu dinheiro. Entre encontros e visitas, os dois estabelecem uma estranha relação.
A diferença entre os dois personagens, com a contenção constante de um e o comportamento impulsivo do outro; as poucas palavras e gestos de um e a expansão do outro e o medo que ambos alternam em certos momentos, estabelecem um jogo que o espectador.
Com uma história bem amarradinha e padecendo de uma certa previsibilidade, o que mais chama a atenção em Desde Allá é mesmo a tensão do filme. Presente em pausas e momentos aleatórios, a manipulação da suspensão provocada é diferente do que se vê hoje em dia, onde se depende muito de trilha sonora e afins para causar alguma reação na plateia.
Outro ponto importante para a construção da trama está nas atuações do ator chileno Alfredo Castro (Tony Manero) como Armando, e do jovem estreante Luis Silva como o problemático Elder. Ambos estão muito bem em seus papéis e não só compreendem a intenção do diretor, como a realizam.
Bem interpretado e bem construído, Desde Allá merece ser conhecido por todos, principalmente por aqueles que gostam de filmes que provoquem sentimentos sem ficar anunciando que farão isso.
Um Grande Momento:
Desculpas.
Links
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