Crítica | Streaming e VoD

A Escolha Perfeita

(Pitch Perfect, EUA, 2012)

Comédia
Direção: Jason Moore
Elenco: Anna Kendrick, Skylar Astin, Ben Platt, Brittany Snow, Anna Camp, Rebel Wilson, Alexis Knapp, Ester Dean, Hana Mae Lee, Kelley Jakle, Wanetah Walmsley, Shelley Regner
Roteiro: Mickey Rapkin (livro), Kay Cannon
Duração: 112 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Contar histórias ambientadas em escolas ou faculdades apresentado a dicotomia entre meninas e meninos e, no meio disto, pincelar algumas lições de moral é uma prática recorrente nas chamadas comédias adolescentes. Desde os deliciosos filmes da década de 80, dirigidos por John Hughes, passando por 10 Coisas Que Eu Odeio em Você, até a franquia American Pie, este tipo fórmula é quase certeza de agradar o público a que se destina.

Com A Escolha Perfeita não é diferente. A história gira em torno de uma competição musical entre grupos que cantam à capela. Os embates principais acontecem entre Os Estrondosos e As Bellas de Barden. Os Estrondosos, formado apenas por garotos, primam pela originalidade nas coreografias e pela escolha arrojada do repertório. Já As Bellas de Barden, o primeiro grupo musical composto somente por meninas a chegar às finais do nacional, segue a linha mais tradicional, cantando as mesmas músicas e tentando aprimorar aquilo que já sabe fazer.

Apoie o Cenas

Um episódio vexatório na final mancha a reputação das meninas e as duas líderes do grupo Aubrey (Anna Camp de Histórias Cruzadas) e Chloe (Brittany Snow de Hairspray – Em Busca da Fama) encontram dificuldades para formar um novo conjunto para a próxima temporada de competições.

Beca (Anna Kendrick de Amor Sem Escalas) é uma aspirante a DJ recém-chegada à Universidade de Barden, seu sonho é o de ir morar na Califórnia e se profissionalizar. Enquanto isto não acontece, ela decide aceitar o desafio do pai de interagir mais com a vida no campus e é recrutada pelas Bellas de Barden. Junta-se também ao novo grupo uma série de tipos peculiares que dão cara nova e reforçam o time das meninas na tentativa de finalmente vencer um campeonato.

A Escolha Perfeita é o primeiro longa-metragem dirigido por Jason Moore, indicado ao prêmio Tony de melhor diretor teatral pelo musical “Avenue Q” em 2004 e que possui experiência em dirigir séries televisivas. Em seu currículo estão episódios de Dawson’s Creek, One Tree Hill, Everwood e Brothers & Sisters.

Adaptado do livro “Pitch Perfect” de Mickey Rapkin, o grande barato do filme são as versões apresentadas para músicas pop atuais e sucessos do passado. Neste quesito, o filme lembra o seriado Glee. Recheada de canções que grudam no ouvido, a obra pode até não ter a mesma qualidade da produção musical do seriado, mas não deixa ninguém indiferente aos momentos em que as cantorias acontecem.

Músicas que fazem sucesso há décadas como ‘Turn The Beat Around’, ‘The Sign’ e ‘Like a Virgin’ dividem espaço com as recentíssimas ‘Price Tag’, ‘Give Me Everything’ e ‘Titanium’. A mescla entre passado e presente também existe nas referências cinematográficas. A mais clara dela é a citação ao filme O Clube dos Cinco, um ícone do gênero comédia adolescente.

Com exceção de Anna Kendrick e da impagável Rebel Wilson (Quatro Amigas e um Casamento) no papel de Fat Amy, o restante do elenco sofre de falta de carisma e fica limitado aos trejeitos inerentes a cada personagem. Algumas cenas grotescas e exageradas arrancam risos pelo espanto que causam, mas empobrecem a produção por destoar das demais. Apesar de raso e sem originalidade, o roteiro tem como boa surpresa a presença de uma dupla de comentarista das apresentações musicais formada por Elizabeth Banks (Pagando Bem Que Mal Tem?) e John Michael Higgins (Sim, Senhor!). São durante as aparições da dupla que os lampejos de humor inteligente se manifestam.

Entre os erros e os acertos, o melhor de A Escolha Perfeita é ter como pretensão apenas entreter a audiência. É quase impossível não balançar o pé durante alguma das apresentações musicais ou sair cantarolando um refrão ao final do filme. Uma prova de que é difícil ficar imune aos efeitos que só a música pode provocar.

Um Grande Momento:
O mashup final.

A-Escolha-Perfeita

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=XOwBS2s_S_w[/youtube]

Mila Ramos

“Soteropaulistana”, publicitária, amante das artes, tecnologia e sorvete de chocolate. O amor pela Sétima Arte nasceu ainda criança, quando o seu pai a convidava para assistir ao Corujão nas noites insones. Apaixona-se todos os dias e acredita que o cinema é capaz de nos transportar a lugares nunca antes visitados. Escreve também no Cartões de viagens imaginárias.
Botão Voltar ao topo