(Entrando Numa Roubada, BRA, 2015)
Direção: André Moraes
Elenco: Deborah Secco, Lúcio Mauro Filho, Júlio Andrade, Bruno Torres, Ana Carolina Machado, Marcos Veras, Tadeu Mello, Tonico Pereira, Thogun, João Guilherme Ávila, Aramis Trindade, José Mojica Marins
Roteiro: André Moraes, L.G. Bayão
Duração: 90 min.
Nota: 5
Depois de quatro curtas-metragens, entre eles o excelente MPB: A História que o Brasil não Conhece, e uma série de televisão, André Moraes, um dos compositores de trilha mais ecléticos daqui, lançou seu primeiro longa-metragem. Entrando Numa Roubada é um filme de ação frenético, baseado em uma história do próprio diretor.
Um grupo de amigos, que fez sucesso com um filme de ação, cai no esquecimento depois de não ter nenhum retorno financeiro com a produção. Para sobreviver, eles tentam a vida bem longe do cinema: Laura e Walter são péssimos animadores de festas infantis, Vítor vende pneus e Alex vende quinquilharias. O único que se deu bem no grupo foi o produtor Alex, que hoje é um pastor evangélico de sucesso.
Quando o ator e roteirista Vítor ganha um concurso de roteiros, os que não estão bem de vida se juntam novamente para fazer um filme, com um método novo onde não há ensaio, preparação e todas as cenas são gravadas no susto. Pelo menos é o que Walter, o diretor, fala.
Com uma história promissora, muitas cores e um ritmo puxado, o filme consegue se estabelecer em sua ação, mas acaba sendo prejudicado pela pouca profundidade do roteiro, um certo desinteresse na manutenção de características dos personagens e a ausência de um conjunto verdadeiramente envolvente para quem assiste ao longa.
Além disso, há reviravoltas demais e preocupação de menos com os personagens satélites, como o dono da loja de pneus vivido por Tonico Pereira (O Palhaço). Que é destacado no começo do filme, tanto pelo narrador que nos conta a história, como por algumas cenas, mas depois desaparece, mesmo tão envolvido com o que está acontecendo.
O que fica daquilo que se assiste é a vontade muito grande do diretor em impressionar técnica e visualmente, com cenas de efeito mas que não têm muito significado dentro da trama. Ainda que o filme conte com bons atores em seu elenco, como Júlio Andrade (Serra Pelada), Lúcio Mauro Filho (Vai Que Dá Certo), Ana Carolina Machado (O Carteiro), Deborah Secco (Boa Sorte) e Bruno Torres (O Homem Mau Dorme Bem), que parecem estar comprometidos com o projeto, não há muito a fazer por seus personagens.
Além disso, há o exagero na construção do vilão, seja no roteiro, nas opções de enquadramento ou na atuação de Marcos Vera (Copa de Elite), e uma certa falta de qualidade em alguns dos efeitos visuais tentados.
Com tantos tropeços, a história interessante e a boa ação desenvolvida no começo, vão se perdendo e, mesmo mantendo o ritmo frenético até o final, encontram um espectador alheio ao que vê, pouco envolvido com o conteúdo e mais interessado na próxima invenção visual que está por vir.
Um Grande Momento:
Joe-Joe.
Links
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