Depois de todo o burburinho na entrada da Sala Villa Lobos do Teatro Nacional, com repórteres, câmeras, fotógrafos, cineastas e artistas de todo o país e de uma longa fila para a entrada na sala, começou mais uma edição do conhecido Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Este ano 62 produções, escolhidas entre 238 incritas, concorrem ao troféu Candango.
Após a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Cláudio Santoro foi exibida a cópia restaurada do longa São Bernardo, de Leon Hirszman. Para apresentar o filme, foram chamados ao palco os filhos do diretor, o diretor de fotografia Lauro Scorel e os atores Othon Bastos e Nildo Parente.
A filha do diretor, Ana Hirzman, fez um breve discurso e lembrou, emocionada, de todo o duro trajeto do pai no cinema nacional, que não desistiu apesar das péssimas condições materiais e de todo o problema de lidar com um governo militar.
O filme São Bernardo foi censurado pela ditadura e ficou vários meses retido e acabou levando Leon Hirszman à falência. Ela agradeceu a todos que ajudaram seu pai à construir sua obra e àqueles que estão ajudando a restaurá-la.
Seguindo os passos de inclusão digital da última edição do festival, o filme foi todo adaptado para que os cegos e surdos o acompanhassem, seja através de rádios ou de legendas eletrônicas projetadas na tela do filme.