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Filmes de Helena Solberg entram na plataforma Itaú Cultural Play

A partir de amanhã (15), a Itaú Cultural Play, ganha uma pequena mostra com cinco filmes de um dos maiores nomes do cinema brasileiro: Helena Solberg. Premiada e tida como um marco do documentário moderno no Brasil, a cineasta traz, desde o início de sua filmografia combativa e particular, o movimento feminista, a luta indígena e o olhar estrangeiro sobre o país. 

Os filmes de Helena Solberg incluídos na plataforma são: Carmen Miranda: banana is my business (1994), Vida de menina (2003), Meu corpo minha vida (2017), Palavra (en)cantada (2008) e Terra dos bravos (1985). 

Pequena Notável 

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Um dos mais criativos e premiados documentários dos anos de 1990, Carmen Miranda: banana is my business resgata a vida e a obra da cantora para além do imaginário construído pela imprensa internacional. Cenas de arquivo, narrações, documentos pessoais e entrevistas oferecem um retrato complexo de uma artista à frente de seu tempo. 

Nascida em Portugal, naturalizada brasileira, Carmen foi uma estrela cintilante que brilhou nos palcos brasileiros e nos musicais hollywoodianos, tendo seu nome eternizado na calçada da fama em Los Angeles. Neste filme, Helena mostra que, por trás de seu figurino exótico e da performance, há a história pessoal de uma mulher talentosa e desafiadora. 

A produção ganhou o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Brasília, Festival de Havana, Festival de Cinema do Uruguai, Festival Internacional de Cinema de Chicago e Encontro Internacional de Cinema de Portugal. 

Do livro para as telas 

Vida de Menina foi eleito pela crítica um dos melhores filmes brasileiros de 2000, principalmente por preservar o estilo despojado e crítico da sua fonte de inspiração. Vencedor do Festival de Gramado, o filme adapta para o cinema os diários de Helena Morley, uma escritora descendente de ingleses que viveu em Minas Gerais em um momento de grandes transformações no país. 

Ambientado no fim do século XIX, o longa-metragem conta a história de Helena, uma adolescente que vive com seus pais na cidade mineira de Diamantina. Desbocada e com um olhar sagaz sobre a sua rotina e das pessoas à sua volta, a jovem vive entre a escola, os dramas familiares e os desejos da idade. 

Aborto  

O documentário Meu Corpo, Minha Vida é baseado na reflexão da cineasta sobre o aborto no Brasil, após trágico episódio envolvendo Jandira Magalhães dos Santos Cruz. Em 2014, seu corpo foi encontrado em um terreno baldio, no Rio de Janeiro, após ela morrer durante uma cirurgia feita em uma clínica clandestina, gerida por milicianos. 

Atual e contundente, o filme, de 2017, se debruça sobre um dos maiores tabus da sociedade brasileira. A obra mapeia o enredo da tragédia de Jandira com objetividade e olhar crítico, revelando um labirinto de conflitos, dilemas morais, machismo e negligências do Estado. 

Poesia e música  

Protagonizado por nomes fortes da música brasileira, entre eles Chico Buarque, Maria Bethânia e BNegão, Palavra Encantada traz um amplo retrato da riqueza cultural do país, a partir de duas de suas mais fascinantes expressões: a literatura e a música. 

Em uma confirmação de que a música popular sempre foi uma ponte para a poesia, a união de ambos os gêneros se traduziu em parcerias entre escritores e compositores brasileiros de várias épocas. Com performances e entrevistas, este documentário musical mergulha no mundo de versos e canções, contado pelos próprios artistas. 

Em imagens raras de arquivo, o documentário destaca, por exemplo, a parceria que o cantor Zeca Baleiro fez com a poeta Hilda Hilst e a forte influência que a poesia tem em canções da música brasileira. Foi dessa forma com Depois de Uma Tarde, que Bethânia canta inspirada na obra de Clarisse Lispector, ou A Fábrica Do Poema, letra de Adriana Calcanhoto que descreve o poema como arquitetura ideal para a melodia. 

Luta indígena 

O documentário Terra dos Bravos mostra as dificuldades dos povos originários pela preservação de sua cultura e de suas terras. Navegando para além das fronteiras nacionais da Amazônia, indo para o sudoeste dos Estados Unidos e passando pela Bolívia, a cineasta reúne liderança e registros raros de assembleias e organizações indígenas. Os Navajos e Hopis, dos EUA, e Guaranis, representando a América do Sul, assumem a voz e se manifestam abertamente frente à violência sofrida por seus povos. 

Gravado em 1985, o filme, um dos primeiros a dar voz aos povos originários, oferece um retrato sensível de uma agenda continental da época, mas que ainda na atualidade está em pauta. As denúncias das lideranças indígenas registradas no filme, foram motivadas pelos debates da Segunda Conferência Mundial sobre Racismo e Discriminação Racial, organizada pela ONU, em Genebra, em 1983 – temática que persiste até hoje.  

SERVIÇO
Itaú Cultural Play 
Mostra Helena Solberg 
A partir de 15 de abril de 2021 
Em www.itauculturalplay.com.br 

Redação

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