(Gata Velha Ainda Mia, BRA, 2013)
Direção: Rafael Primot
Elenco: Regina Duarte, Barbara Paz, Gilda Nomacce
Roteiro: Rafael Primot
Duração: 90 min.
Nota: 6
Todo mundo sabe que expectativas mudam os filmes. Quanto mais se espera, maior é a chance de se decepcionar. O contrário também vale e é o que acontece com o filme Gata Velha Ainda Mia, estrelado por Regina Duarte e Barbara Paz.
Sem grandes atrativos além das atrizes globais, o que se espera é mais um filme com cara de telenovela que trate de um envelhecimento que nunca é bem encarado pelas atrizes. Antes mesmo do filme começar velhos clássicos vêm à cabeça, como o de nome parecido Gata em Teto de Zinco Quente, Crepúsculo dos Deuses e O Que Terá Acontecido a Baby Jane?. As referências realmente estão lá, claras e evidentes, mas não há nada – ou quase nada – de televisivo.
Mais próximo do teatro, o filme conta a história de uma escritora que volta ao mercado editorial depois de 17 anos de pausa. Ela está sendo entrevistada por uma jornalista que mora em seu prédio e parece saber muito de sua vida e suas particularidades.
Durante boa parte do tempo, o filme se desenvolve como um embate entre essas duas personalidades. Diálogos rápidos e interessantes vão evidenciando as personalidades da dupla. A decadente Glória é arrogante e instável, enquanto a jovem Carol é insegura e pouco confiável.
Cheio de reviravoltas no roteiro, escrito pelo diretor Rafael Primot, Gata Velha Ainda Mia brinca com os espectadores e acaba se transformando em um suspense curioso, ainda que as situações não estejam exatamente equilibradas no decorrer da trama.
Conexões inventivas e pertinentes, como a metáfora do rasgar os papéis, fazem parte das qualidades do longa, juntamente com a boa e propositalmente exagerada direção de arte e a trilha sonora funcional. Por outro lado, problemas incômodos de continuísmo e alguma forçação de barra na inclusão de novas tecnologias não deixam de ser percebidos.
O grande diferencial de Gata Velha Ainda Mia acaba mesmo estando nas interpretações. Regina Duarte consegue segurar bem o papel de Glória, destacando-se nas alterações entre as muitas facetas de uma personagem mais complexa do que aquelas que costumamos vê-la interpretando.
Completamente diferente do que era esperado, o filme tem tudo para fazer sucesso quando estrear nas salas de cinema do país. Vale deixar o medo em casa e ir assistir.
Um Grande Momento:
O banquete para 200 pessoas.
Links
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